Políticos e empresária estão presos em celas comuns, em Cuiabá; eles tentaram extorquir prefeito
Corrupção em Sorriso: acusados de corrupção, vereadores podem ser cassados

Os vereadores e a empresária presos dutante  "Operação Decoro", realizada em Sorriso (420 km de Cuiabá), estão detidos em celas comuns, em Cuiabá. Os vereadores Francisco das Chagas Abrantes e Gerson Luiz Frâncio estão no presídio do Pascoal Ramos; a vereadora Roseane Marques de Amorim e a proprietária da TV Sorriso, Filomena Nascimento, no Presídio Feminino Ana Maria Couto.

A ação do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco), realizada na sexta-feira (17), desarticulou uma suposta quadrilha, que se organizou para extorquir o prefeito de Sorriso, Clomir Bedin (PMDB).

Segundo informações do site Sonotícias, de Sinop, o corregador da Câmara de Sorriso, Leocir Faccio (PDT), informou, ontem (20) à noite, durante sessão, que protocolou pedido abrir processo e formação de comissão parlamentar que vai apurar se houve quebra de decoro parlamentar por parte dos vereadores Chagas Abrantes, Gerson Francio e Roseane Marques Amorim.

A comissão deve ser formada nesta terça-feirai.  "Vamos tirar a limpo. Quem deve vai pagar por seus erros. Quem não deve será absolvido. Vamos fazer nossa parte com responsabilidade", disse o corregedor. Caso a CPI conclua pela quebra de decoro, os vereadores terão os mandatos cassados.

Faccio recomendou cautela e prudência e que sejam evitados pré-julgamentos. "É muito fácil fazer julgamento e condenar e muito fácil também cometer injustiça. Não queremos dizer que ninguém é santo", afirmou, em discurso.

Segundo o Ministério Público, o grupo forçava o pagamento que variava entre R$ 50 mil a R$ 500 mil, a título de propina, sob ameaça de reprovação das contas da Prefeitura.

Eles estão em presídios comuns por não terem curso superior. Essa situação foi averiguada, assim que eles foram recolhidos na sede do Gaeco e aguardavam a condução ao sistema prisional.

A acusação foi feita pelo promotor Sérgio da Silva Costa, que investiga a denúncia há três meses. Segundo ele, Francisco das Chagas era o mentor intelectual da cobrança de "mensalinho", bem como da venda de espaço na TV Sorriso (Rede Record), de propriedade da esposa dele, Filomena Abrantes.

As investigações começaram em janeiro. Na época, o secretário de Indústria e Comércio, Santinho Salermo, e o procurador Zilton de Almeida procuraram MPE para denunciar a suposta chantagem, em conversas gravadas.