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Policia MT
Sábado - 28 de Maio de 2011 às 10:03
Por: ANTONIELLE COSTA

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Reprodução
Delegado Bráulio Melo, da PF, que deve ser indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio
Delegado Bráulio Melo, da PF, que deve ser indiciado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio

As investigações da Polícia Civil apontam que o delegado federal Bráulio do Carmo Vieira de Melo deverá ser indiciado por tentativa de homicídio, após ter sacado uma pistola 9 mm e disparado na direção do jovem Thiago Pederneiras Taques. O crime foi cometido no último dia 9, nas proximidades do Restaurante Getúlio Grill, na Avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá.

Ao MidiaNews, o delegado Christian Cabral, que investiga o caso, informou que há, nos autos, indícios de que Bráulio atirou contra o jovem e, por se tratar de uma pessoa que sabe lidar com arma, ele assumiu o risco de matar. Inicialmente, o policial federal havia sido indiciado por lesão corporal.

Para o novo indiciamento, Cabral aguarda a conclusão das oitivas das testemunhas, o resultado das perícias do local que apontará o ângulo do disparo, da arma e do exame de corpo de delito - que comprovará se a lesão próxima ao peito de Thiago foi devido ao tiro.

"Indícios apontam para a desclassificação do crime de lesão corporal, em função de os autos apontarem que o tiro foi em direção aos jovens. Neste caso, o acusado é um delegado e perito em arma e presume-se que assumiu o risco de matar. O crime de ameaça também deve ser desclassificado e ele será indiciado por resistência à prisão, além do desacato a autoridade", afirmou o delegado Cabral.

Bráulio de Melo ficou cinco dias detido na sede da Polícia Federal e conseguiu a liberdade provisória na Justiça, no último dia 25. Dessa forma, o prazo para conclusão das investigações passa de dez para 30 dias.

Serviços internos

Sem porte de arma por determinação da Justiça, o delegado federal retomou suas atividades na Superintendência da PF, em Cuiabá. No entanto, desempenhará funções relacionadas a serviços internos.

A defesa de Bráulio solicitou à Justiça a restituição do porte, visando a retomar suas funções como autoridade policial em sua plenitude.

Procedimento administrativo

A Polícia Federal aguarda o resultado das investigações da Polícia Civil para instaurar um Procedimento Administrativo Disciplinar, com a finalidade de apurar a conduta do delegado, e se ele infringiu alguma legislação que dispõe sobre o comportamento de agentes federais.

Caso sejam comprovados indícios de crime funcional, ele pode sofrer sanções, que vão desde advertência por escrito até a expulsão dos quadros da Polícia Federal.

Entenda o caso

O delegado federal Bráulio do Carmo Vieira de Melo foi preso na madrugada do último dia 19, após sacar sua pistola 9 mm e atirar em um estacionamento em frente à boate do Restaurante Getúlio, na avenida de mesmo nome, em Cuiabá.

O disparo atingiu de raspão um estudante de 22 anos, que abria a porta do seu automóvel, um Astra preto. O tiro chamou a atenção de populares, que acionaram a Polícia Militar; uma viatura que passava pelo local deteve o delegado, que aparentava estar embriagado.

Até então, os PMs não sabiam se o tiro havia atingido alguém. O delegado estava acompanhado de um agente federal, que serviu de testemunha.

A alguns metros dali, os policiais se depararam com o estudante, que percebeu ter sido atingido por estilhaços. Um carro do Samu chegou a ser acionado, mas não foi necessário medicá-lo.

De lá, o delegado federal foi levado até o Plantão Metropolitano, que funciona na Delegacia do Planalto, para ser autuado em flagrante por três crimes (tentativa de homicídio, desacato e ameaça), de acordo com o boletim de ocorrência.
 






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