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Politica MT
Quinta - 21 de Abril de 2011 às 04:03

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O grupo mato-grossense Vanguarda Participações S/A e o Grupo Veremonte oficializaram ontem a proposta de fusão com a Brasil Ecodiesel, ao apresentar os detalhes da negociação ao conselho de acionistas da Brasil Ecodiesel, empresa pioneira na produção de biodiesel em larga escala no país. Se a intenção de negócio for aprovada, Mato Grosso será protagonista da ação que dará origem à empresa maior de agronegócio do país. Juntas, Vanguarda e Ecodiesel superarão – em hectares plantados – a atual gigante do setor, SLC Agrícola, que também tem lastro em Mato Grosso: mais de 76 mil hectares cultivados em Diamantino e Sapezal, norte e noroeste mato-grossenses, respectivamente.

A SLC Agrícola cultiva na safra 10/11 230 mil hectares em seis estados. A Vanguarda – pertencente ao ex-deputado estadual Otaviano Pivetta - com lavouras em Mato Grosso e Bahia, cultivou na safra passada (09/10) 226 mil hectares. Com a fusão, passaria, segundo o mercado, a 330 mil hectares.

Conforme comunicado emitido pelo grupo de investidores internacionais, Veremonte, o valor da nova companhia resultante da operação será da ordem de R$ 2,16 bilhões. A proposta entra agora em fase de avaliação e due diligence (análise com objetivo de reduzir e evitar riscos jurídicos) por ambas as companhias. Se concretizado o negócio, Pivetta passará a ser o maior acionista da nova empresa, com cerca de 32% das ações.

Segundo o diretor-executivo e de Relações com Investidores da Brasil Ecodiesel, Eduardo Gomes, “se implementada, a incorporação de ações da Vanguarda acelerará o projeto estratégico de crescimento das atividades agrícolas da Brasil Ecodiesel e criando a maior empresa de capital aberto do setor no Brasil”. Gomes frisa ainda que pelo fato de o Grupo Veremonte – controlado pelo investidor espanhol Enrique Bañuellos – ter participação sobre o capital da Brasil Ecodiesel e também da Vanguarda será recomendado que a incorporação de ações seja submetida a um comitê independente, nos termos do Parecer 35 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

INÍCIO - Mas a eventual incorporação de ações da Vanguarda à Brasil Ecodiesel é apenas a ponta do iceberg de negociações iniciadas por Pivetta e Bañuellos. Segundo uma fonte da Vanguarda, as conversações tiveram início há algum tempo e tomaram corpo nas últimas semanas, desencadeando na venda de 50% da Vanguarda a Bañuellos, negociação que não teve a cifra confirmada pela fonte, mas que o mercado precificou em cerca de R$ 600 milhões. “Foi dessa negociação que surgiu a possibilidade da eventual incorporação à Brasil Ecodiesel”.

Ainda segundo a fonte da Vanguarda, a efetivação da proposta – em relação à incorporação de ações, ou seja, a fusão – é algo que deve demorar cerca de 60 dias, visto que após a apresentação das intenções feita ontem é necessário que haja aprovação do conselho de administração da Brasil Ecodiesel e, em seguida, da assembleia de acionistas. “Por isso, faço questão de dizer que existem no momento tratativas de um eventual negócio”, frisa a fonte.

Para a companhia mato-grossense, segundo a fonte, nada muda na operacionalização da Vanguarda, cuja sede permanece no interior do Estado, perto das unidades de produção, o que para a Vanguarda é uma posição estratégica. Uma eventual transferência da sede para Cuiabá, por exemplo, é avaliada como algo prematuro neste momento. “Temos pela frente o nascimento de uma oportunidade de consolidação do agribussiness de produção de grãos no Brasil e no mundo”. Ainda segundo a fonte, esse passo, se consolidado, será o primeiro de muitos que virão. “Afinal, quem entrar, verá uma companhia preparada, profissionalizada, cheia de conhecimento e que baseia sua evolução sobre as boas práticas de produção”.





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