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Policia MT
Quarta - 23 de Março de 2011 às 10:35
Por: Ronaldo Couto

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Ilustração

O grupo de exterminio era formado por integrantes da Rotam e GPTApós dois dias de julgamento, o sargento Celso Pereira de Oliveira, acusado de ser mentor de um grupo de extermínio que agia na região do Araguaia, principalmente nas cidades de Aragarças (GO) e Barra do Garças, foi condenado a 19 anos de cadeia. Ele foi denunciado por participar de uma chacina num bar em fevereiro de 2008.

Oliveira é o primeiro dos sete militares que irão a Júri Popular pela morte de 16 pessoas e mais 7 tentativas de homicídios, no período de 2006 a 2008. Os integrantes desse grupo eram integrantes do GPT e Rotam de Goiás que estão afastados e presos aguardando Juri.

Familiares das vítimas acharam à pena muito pequena para o militar. Os advogados do sargento ficaram insatisfeitos com o resultado e informaram que vão recorrer alegando que não há provas materiais da participação de Celso no duplo homicídio e muito menos da existência do grupo de extermínio.

A pauta de Júri segue nesta quarta-feira (23) com o julgamento do tenente Gustavo Rocha e do soldado Antônio Divino da Silva Moreira; quinta-feira (24) Vandir Silva e João Oliveira Diniz Junior e na sexta-feira (25) irão ao banco dos réus o tenente Neidmar da Silva Camilo e o soldado Odair Fernando Souza.

Entenda o caso

A prisão dos integrantes do GPT em Aragarças em 2008 desencadeou a maior investigação da história de Goiás de envolvimento de militares em mortes violentas no Estado. Em fevereiro de 2011, a Polícia Federal prendeu mais 19 militares na operação denominada Sexto Mandamento, uma lembrança ao que diz a bíblia ‘não matarás’, que investiga a morte de 40 pessoas em Goiás.

A operação da Polícia Federal ouviu em janeiro deste ano o delegado de Barra do Garças, Adilson Gonçalves, que desvendou um triplo homicídio ocorrido em Torixoréu onde uma das vítimas era ex-militar. O delegado barra-garcense prendeu o militar Gezun acusado de participar do grupo de extermínio e por isso sofreu várias ameaças. A partir do depoimento de Adilson, a PF desencadeou a operação Sexto Mandamento

Um dos meios de transporte utilizados para os crimes era motocicleta. De acordo com as investigações do MP, veículos do GPT, que estavam em patrulhamento nos mesmos dias dos crimes, dariam cobertura na fuga dos criminosos.

Enquanto as investigações foram levadas adiante houve tentativa de intimidação das autoridades. A casa da delegada Azuen Albarello foi alvejada por tiros e o seu carro foi riscado com a letra M (de morte). A promotora e o juiz de Aragarças também foram ameaçados com um incêndio criminoso que houve no Fórum em março de 2010.

A relação de crimes atribuídos ao grupo extermínio, inclui outros 14 homicídios, sendo de Elder Vieira dos Santos, Roberto Pereira Sobrinho, Sebastião Mendes de Castro, Mauriti Ribeiro de Andrade, Elder Júnior Silva Martins, Sezamar Pereira da Silva, Warlinton Pereira dos Santos, Carlos Eduardo Farias Miranda, Iron Manoel da Silva, Arlindo Pereira dos Santos, Cicero Paulino Gomes, Josivan Inácio Oliveira, Daniel Martins de Sousa e Wilson Oliveira Luz.

Sofreram tentativas de homicídio as seguintes vítimas: Ney Santos Botelho, Epaminondas Mendes Pina, Edilson Sales Bezerra, Leandro Peres Vargas, Rosalino Rodrigues da Silva e João Bosco Pereira dos Santos.

Os acusados do GPT ficaram presos por quase dois anos no presídio de segurança máxima em Campo Grande-MS e foram recambiados para Goiânia para realização do julgamento.
 






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