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Politica MT
Quarta - 09 de Março de 2011 às 09:07
Por: Hebert Almeida

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Blairo Maggi com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira
Blairo Maggi com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira

O Senado Federal já entediou o ex-governador Blairo Maggi. Mais que isso: pouco mais de um mês como legislador da Câmara Alta brasileira, ele já traça planos para voltar ao mundo empresarial. Garante que essa é sua última experiência política, a saber.  "Estou aborrecido com a lentidão daqui. Os discursos no plenário são para mandar recado ao eleitor, não tem discussão de país” – disse. Decepcionado, Maggi integra a bancada de oito ex-governadores que se queixam do pouco a fazer.

Falar em deixar a cena política é tema recorrente na vida de Maggi. A afirmação, no entanto, causa dúvidas. Ele próprio já fez essa promessa duas vezes. Ao se eleger governador – numa vitória que começou do zero, já que era um próspero empresário suplente de senador enfrentando a máquina do Governo Dante de Oliveira – disse que ficaria apenas um mandato, mas acabou aceitando a reeleição, sem muita resistência.

No meio do segundo mandato, o líder empresarial voltou a falar em abandonar a política. Mesmo com todos dando certo que sairia candidato ao Senado – cuja vaga já estaria reservada diante dos índices de popularidade. Ensaiou até mesmo deixar o Governo um ano antes para seu vice, Silval Barbosa, mas o plano ficou prejudicado diante do chamado “Escândalo das Máquinas”, conforme ele próprio admitiu depois.

Passado o impacto do caso – que está entre suspensão e investigação – Maggi partiu para o projeto da eleição ao Senado. Contudo, em meio a possibilidade de um “acórdão” com Mauro Mendes, empresário-amigo,  chegou a admitir “pendurar” as chuteiras para viabilizar o entendimento. Acabou não dando certo. Mendes saiu candidato ao Governo contra Silval.

Agora, de novo, Maggi fala em deixar a política de lado para cuidar de seus afazeres empresariais. Detalhe: pouco antes de ser empossado no cargo de senador, Maggi sustentou que não tinha mais interesse em voltar a disputar uma eleição a governador. Lembrando que Silval Barbosa, seu ex-vice, não pode ser mais candidato a reeleição.

A queixa do ex-governador, publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, em verdade, não é a primeira. Duas semanas depois de estar no cargo, o republicano revelou ter se sentido  frustrado porque não tinha gabinete, Além de reclamar da desorganização, torcia o nariz para a demora na definição das comissões temáticas. Ao levantar as reclamações, Blairo Maggi prometeu ainda gerar polêmicas no Senado.

Além de Maggi, outros governador se queixam do ritmo. "Quem vem do Executivo sente o freio. É como trocar um jato por um jegue", diz Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí, para quem a Casa pode ser "o melhor lugar do mundo para não quer fazer nada". "Minha sensação é que eu estava num bólido de Fórmula 1 a 300 km/h que de repente freou", resumiu o senador Eduardo Braga (PMDB), que governou o Amazonas. Jorge Viana (PT-AC) classificou o Senado como "chocante". Disse à Folha: "São reuniões que decidem pouco, um número excessivo de conversas para se tomar uma decisão. Se perde o senso de praticidade. É um choque violento." Para Viana, o Senado não pode se limitar a propor alterações na Constituição.

Com críticas em comum, a bancada de oito ex-governadores que acabaram de trocar o Executivo pelo Legislativo decidiu propor ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), medidas para acelerar as votações.  Uma das propostas é que o Senado tenha uma junta de conciliação para intermediar liberação de verbas a obras paralisadas por falta de recursos federais. Também propõem uma subcomissão para discutir o tratamento a dependentes químicos, um problema que atinge vários Estados.
 






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