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Opinião
Quarta - 28 de Julho de 2010 às 19:01
Por: Kleber Lima

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A Rádio Cultura de Cuiabá encerra nesta quinta-feira (29.07) a primeira rodada de uma série de entrevistas com os candidatos a governador de Mato Grosso este ano, levando ao ar a entrevista do postulante do PSOL, Marcos Magno. Já foram entrevistados, pela ordem, o candidato à reeleição Silval Barbosa (PMDB), Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes, do PSB.

Já na semana que vem, sempre das 9h00 as 10h00, de segunda a quinta-feira, serão entrevistados os respectivos candidatos a vice-governador de cada coligação, seguidos pelos candidatos a senador (de 09 a 16 de agosto), representantes regionais dos candidatos a presidente da República (de 23 a 31 de agosto) e depois uma segunda rodada com os senadoriáveis (06 a 13 de setembro) e segunda rodada de governadoriáveis, entre os dias 14 a 17 de setembro, já na reta final da campanha.

A intenção da rádio é assegurar a mesma oportunidade a todos os candidatos de falarem ao público ouvinte, formado em sua maioria pela gente simples dos bairros de Cuiabá e Várzea Grande, e também com forte penetração em todos os municípios da planície cuiabana.

Sei que o primo rico das mídias é a televisão. Essa caixinha iluminada nos fascina a todos, jovens ou idosos, cultos ou semi-analfabetos, pela mágica de nos mostrar uma realidade já pronta, que nos preenche os sentidos e nos poupa de pensar. Grande parte dos esforços e da energia dos partidos e seus candidatos numa campanha eleitoral modernamente são voltados para a telinha das TVs. Diz-se, inclusive, que o verdadeiro palanque é o eletrônico, uma vez que comícios já não os há, e o eleitor, na correria do dia a dia da luta real pela sobrevivência, estão a cada pleito mais arredios e refratários aos arrastões e corpo-a-corpo que os políticos fazem pelas ruas e bairros das cidades.

Logo, ter uma boa estratégia para a comunicação da campanha na TV é meio caminho andado para o sucesso nas eleições. De uma tacada só, atinge-se mais gente durante um programa no horário eleitoral gratuito na TV do que em 10 arrastões ou 100 comícios. E sem riscos desnecessários, visto que os programas são editados previamente, com o máximo de zelo possível, para se garantir que a mensagem desejada chegue com o menor ruído possível aos corações e mentes dos eleitores que estão na audiência.

Todavia, uma fatia muito alta do eleitorado e da audiência precisa de algo mais do que do monólogo que a TV nos impõe para formar sua opinião sobre muitas dimensões da vida, inclusive sua decisão de voto. É aqui que o rádio mostra sua força sobre a TV. O rádio não impõe um monólogo com seu ouvinte. Dialoga. Um programa de rádio se faz com a linguagem que todos assimilam. O rádio estimula os sentidos do seu receptor. Logo, leva-o a pensar, refletir, analisar, imaginar. É outra mídia, portanto, utiliza outra linguagem, outros códigos verbais.

Enquanto a câmara de TV inibe e perturba, o microfone estimula e descontrai. Isso implica em ampliar as possibilidades de exploração da realidade, em que pese o recurso mais escasso de utilizar apenas som. Na TV, recebemos uma imagem em movimento, à ordem de 30 quadros por segundo. No rádio, criamos nossas próprias imagens, à ordem de zilhões de imagens por segundo, dependendo exclusivamente da nossa criatividade, da nossa imaginação!

Nas entrevistas, por exemplo, os candidatos se soltam mais, ficam mais relaxados, o que resulta em falarem mais espontaneamente. Quem ganha com isso é o ouvinte, que pode perceber, ouvir, refletir e imaginar cada candidato numa relação mais democrática entre emissor e receptor. E, devido a custos e recursos tecnológicos, tem inclusive a possibilidade de estabelecer o diálogo, até mais amplo e intenso, com quem está nos estúdios.

A Rádio Cultura de Cuiabá, portanto, seguindo sua tradição e pioneirismo no jornalismo em geral e em especial na cobertura das eleições em Mato Grosso presta um grande serviço a seus ouvintes-eleitores, à sociedade de uma forma geral e também aos candidatos, criando esse ambiente de diálogo e debate, fundamental para o fortalecimento da democracia e à formação da consciência crítica daqueles que são (ou deveriam ser) os verdadeiros donos do poder: Sua Excelência, o cidadão!


(*) KLEBER LIMA
é jornalista e Diretor-Geral da Rádio Cultura de Cuiabá. E-mail: kleberlima@terra.com.br.



Autor

Kleber Lima

KLEBER LIMA é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá

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