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Opinião
Quarta - 28 de Julho de 2010 às 13:31
Por: Eliezer Pacheco

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Diariamente, os veículos de comunicação trazem notícias sobre a criminalidade entre os jovens, a falta de atrativos das escolas públicas e até sobre um possível apagão da mão de obra qualificada no país. Três problemas graves e, aparentemente, de difícil solução. Ao associar educação pública de qualidade com formação profissional, os institutos federais de educação, ciência e tecnologia não só trouxeram uma maneira de equacionar as três questões como, de quebra, conquistaram excelentes resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 por escola, divulgados na última semana pelo Ministério da Educação (MEC).

Em 15 estados as escolas da rede federal ficaram em primeiro lugar entre as instituições públicas. No Rio Grande do Norte e Ceará, os institutos federais ficaram na frente inclusive das privadas. Estes resultados são frutos de várias iniciativas, como qualificação de professores e técnico-administrativos, infra-estrutura invejável, projeto pedagógico sólido e plano de carreira.

Na fórmula de sucesso da rede federal de educação profissional prevalece o óbvio. A oferta de cursos é feita com base no arranjo produtivo local, fato que garante a empregabilidade de 72% dos técnicos formados, segundo pesquisa do MEC. Os professores, quando se qualificam, recebem aumento. Assim, a rede já conta com 52% de seus docentes titulados mestres ou doutores.

O ensino médio integrado à formação profissional traz perspectiva para o jovem. Apesar dos avanços conquistados na ampliação do acesso ao ensino superior, a maioria da juventude não chega a se graduar. Isto reforça ainda mais a importância de aliar o ensino médio a uma qualificação.

Nos institutos federais, o mesmo professor que dá aulas para o ensino médio também atua com alunos de cursos superiores. Os laboratórios também são compartilhados. Na convivência diária com alunos e professores da graduação, o estudante de nível médio amplia seus horizontes. Na mesma escola em que cursa o nível médio, ele pode seguir até a pós-graduação. Tudo isso, diga-se de passagem, a um custo menor do que o das escolas particulares. Por ano, cada aluno da rede federal custa em média R$ 7 mil.

Há muito por fazer, mas os resultados do Enem 2009 por escola mostra que estamos no caminho certo e derruba, mais uma vez, o mito que não existe educação pública de qualidade.


*Eliezer Pacheco é Secretário de educação profissional do MEC.



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