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Opinião
Quarta - 30 de Junho de 2010 às 01:58
Por: Eduardo Rota

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Sertãozinho é um polo disseminador de riquezas no estado de São Paulo. Com pouco mais de 110 mil habitantes, distribuídos em 418 km², a cidade é forte no segmento industrial, sobretudo no setor sucroenergético, e ocupa papel de destaque no cenário econômico nacional. Seu PIB per capita é de R$ 26.586,00, o maior da região.

Uma pesquisa feita com as 36 diretorias regionais do sistema Fiesp/Ciesp apontou que as empresas da área industrial de Sertãozinho ampliaram em 8,51% o número de postos de trabalho durante o mês de março de 2010, o que alçou a cidade à condição de terceira no ranking estadual de empregos. Detalhe: a regional de Ribeirão Preto não foi incluída no levantamento, o que indica a possibilidade de a força econômica da região ser ainda maior.

Localizada a menos de 200 Km de distância de municípios economicamente fortes de São Paulo e de Minas, como Americana, Araraquara, Barretos, Franca, Jaú, Limeira, Passos, Piracicaba, Poços de Caldas, Rio Claro, São Carlos, São José do Rio Preto, Uberaba , Uberlândia  e Ribeirão Preto , a cidade tem o privillégio de situar-se no caminho que liga a Grande São Paulo à região central do país. Com um perfil marcadamente industrial e reconhecida como polo tecnológico pelo governo do estado de São Paulo, Sertãozinho abriga empresas nacionais e multinacionais de diversos setores da economia e também o Centro Empresarial Zanini, que é o maior centro de negócios do interior paulista.

A acentuada industrialização do município permitirá que, mesmo sem ter uma só gota do ouro negro em seu subsolo, a cidade ganhe dinheiro com a exploração do petróleo na camada pré-sal. Isso será possível porque a indústria de máquinas e equipamentos de Sertãozinho é uma das mais completas e avançadas do País. São mais de 400  empresas  atuando nessa área! Como a Petrobras  prevê investimentos para o pré-sal  entre 150 e 160 bilhões de reais na aquisição desse tipo de instrumental ao longo dos próximos quatro anos, as empresas de Sertãozinho, que são tradicionais fornecedoras da indústria sucroalcooleira, terão a oportunidade de se tornar fornecedoras diretas da Petrobras e prestadoras de serviço a outros fabricantes. 

Tal possibilidade impõe desafios ao empresariado da região, originalmente formado por empresas familiares. A maior empresa brasileira é a mais exigente com relação à qualificação e homologação de seus fornecedores, inclusive no tocante ao nível de governança e à sustentabilidade daqueles que se credenciam para fornecer produtos e serviços. Isso obriga os empresários do referido polo industrial a avaliarem e seus padrões de governança, procurando alinhá-los ao que houver de mais arrojado nesse campo.

O bom é que o empresariado local está longe de sofrer algum tipo de letargia. Pois, consciente de que um presente glorioso não conduz necessariamente a um futuro também brilhante, vem incentivando iniciativas voltadas a garantir que a inovação e inventividade continuem garantindo a pujança regionaç. Exemplo disso é a incubadora de empresas do município, que tem o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) e está em funcionamento desde 1998. Seu objetivo é propiciar que as micro e pequenas empresas, antes de se lançarem no mercado, se fortaleçam por meio da transferência de conhecimento e de tecnologia de instituições de ensino e de pesquisa.

Desde 2009, a incubadora dispõe de 19 módulos e conta com a Unidade Móvel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que oferece capacitação para trabalhadores da área de construção civil.

Como se vê, Sertãozinho tem um papel dos mais significativos na construção do Brasil próspero e moderno como que todos sonhamos, e que, cada vez mais, aumenta suas chances de se tornar real.  E o potencial de investimentos que a Petrobrás realizará nos próximos anos deve ser fruto de um longo debate, pois o ideal é que os mesmos sejam destinados às empresas brasileiras, agregando valor à nossa economia e gerando empregos para o nosso país. Certamente, o polo industrial de Sertãozinho será um dos grandes beneficiados por esses investimentos. Mas fica o alerta para os empresários em relação à necessidade de cumprir os requisitos necessários ao exercício desse protagonismo.


* Eduardo Rota
é sócio-diretor da BDO e atua no escritório de Ribeirão Preto.



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