Jaguatirica de bruaca
Já me cansei de tantas besteiras que assolam o chão de minha terra. Quase todos os vereadores que estacionaram nesta legislatura mais cômica e mais desesperada de nossa história cuiabana deram mesmo um tiro nos próprios pés. Notem a palavra “quase”, pois quase um vereador e meio se “salva” dessa anarquia. Foram ignorados, desmoralizados e encaixotados pelos seus donos que compraram a Sanecap.
O povo de Cuiabá ri e chora ao mesmo tempo desses monarcas. Ri da palhaçada geral e irrestrita onde os edis que votaram pela venda de nossa água, agora, perto das eleições, inventam que não são masoquistas e detestam tapas na cara como essas que acabam de levar dos donos de “nossa” água quando quiseram reclamar dessa porcariada que fazem com o povo daqui.
Até um alienígena procurador municipal que, na ânsia da venda que insistem em dizer “concessão” da água de “nosso” Rio Cuiabá, fugiu e se escondeu, segundo a imprensa daqui, dos oficiais de justiça. E fugiu justamente por saber o conteúdo da notificação. E se escondeu da legalidade.
Os notificadores judiciais ou “apparitores/executores” foram flagrados dentro de um bueiro da Prainha-esgoto das privadas dos prédios irresponsáveis de Cuiabá. Procuravam-no para assinar o recebimento da intimação suspendendo o esquema com os exterminadores de nosso futuro-XXIX que embarcaram no detrito desesperado do esquema veloz, secreto e noturno dessa estranha “concessão”.
Portanto, o povo lúcido de Cuiabá sempre será contra o processo desse susto e o mistério desse esconde-esconde que mais se assemelhou a uma bruaca blablablá do paradoxo ditatorial já lendário desse anedotário da algazarra de falatório secreto, entre vendedores e compradores, e o silêncio ao povo.
Até porque se um cônjuge trai o outro em cima do sofá da sala, jogar fora o sofá não anula o tamanho do chifre. Se a Sanecap estava uma porcaria era por falta de capacidade administrativa. Caso contrário, também teremos que doar a cadeira número um do Alencastro, várias secretarias e quase todos os vereadores desse destempero cuiabano.
Mas, repito, esse castigo-tapa surgiu no lombo de veloz jaguatirica que mordeu o rabo de uma lontra municipal que foi castigada por ajoelhar-se perante seu dono e sujeitar-se a ser o assinante do documento histórico que secreta e debochadamente empurrou o sofá Sanecap pela janela do Alencastro.
Esta safra de vereadores aprendeu muito com os anteriores aprendizes de feiticeiros do centro geodésico da América do Sul que chegaram a sequestrar uma vereadora alienígena - lembram-se? – e a prenderem num ônibus até acabar certa eleição à presidência daquele atual moedor de carne, sexo e trapalhadas que até vai virar um filme.
Será um filme de terror cômico com denúncias de roubos mesmo, cassações, acusações graves, processos, goteiras milionárias, tentativas de homicídios com garfos de churrascos sob efeito etílico-alcoólatra-confessos no exercício pleno do cargo e, até, condenações.
Em Cuiabá dos impossíveis acontecem, extraterrestres adotaram o lema, “não funciona? É só vender”!
E o povo só reclama. Mas, vota neles sempre e outra vez. Querem apostar que vão votar de novo nesses mesmos caras nestas próximas eleições?
Interessante: nenhum empresário safado quer construir algo por aqui. Só querem a coisa pronta. Ajudam a dilapidar e a estragar determinadas coisas apenas para adquiri-las dos mágicos blablablás, hipnotizadores do futuro-XXX a preços de bananas, sob a égide sem-vergonha de apenas administrar aquilo que é obrigação desses “eleitos” sem nunca serem votados.
Saudades de meu herói Brizola que não fazia, mas dizia.
Mas, o povo ainda ri dessa palhaçada toda onde o centro da Cidade Verde é pintado de vermelho e azul, abandonado, com buracos e crateras, perante a fantasia de atender bairros periféricos que ainda nem foram criados. O pior é que tudo isso através de firma ou empresa que o programa “Fantástico” e o “Jornal Nacional” que são órgãos oficiais do governo federal tanto denunciam cujo final já sabemos.
Meu receio é de que estejam dilapidando a capital só para vendê-la inteirinha daqui a pouco para empresas que “dão para receber”...
* PAULO ZAVIASKY é jornalista
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