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Opinião
Quinta - 21 de Janeiro de 2010 às 01:36
Por: Kleber Lima

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O cuiabano, sem aspas, Eduardo Póvoas conseguiu acender o maior debate político-eleitoral do ano em Cuiabá, ao desejar votos de boa-venturança ao vice-prefeito Chico Galindo, caso este seja, de fato, efetivado prefeito de Cuiabá a partir de abril. A condicionante deve-se ao fato de, até agora, ninguém - nem mesmo o Galindo - ter certeza que Wilson Santos realmente deixará o cargo para disputar o governo do Estado.

 

Já tive oportunidade, aqui deste espaço, de compartilhar com meus leitores o debate tucano sobre essa questão. Há uma ala ligada ao prefeito, mais consciente e menos interessada em cargos públicos, que torce para que ele continue na prefeitura e consiga iniciar sua administração. Esses, como já dito, consideram que se Wilson Santos deixar a prefeitura de Cuiabá neste momento, com os inúmeros problemas que a cidade enfrenta, além de não conseguir prosperar no intento eleitoral ao governo, pode abreviar sua carreira política, ao entrar para a história como um dos piores prefeitos que a cidade já teve.

 

Logo, ao desejar a Chico Galindo que aproveite a oportunidade histórica - caso realmente ela surja – e restaure a administração municipal, Eduardo Póvoas, segundo minha interpretação, apenas vocalizou o que a ampla maioria dos cuiabanos deseja: que a cidade passe a ter governo, rumo, planejamento.

 

Mas, pela reação, até certo ponto raivosa – o que, de resto, nem combina com Chico Galindo, em geral um sujeito sereno, urbano e diplomata – do vice-prefeito, somos levados à fatídica conclusão de que a troca de prefeito, caso ela ocorra, ressalve-se mais uma vez, será mera formalidade, e nada de novo se deverá esperar de seu governo.

 

Galindo, com sua reação de defesa cega de uma administração reconhecidamente mal avaliada pela população, dá razão aos que o criticaram durante a última eleição ao dizer-lhe um político absolutamente estranho a Cuiabá, que não tinha muito conhecimento na cidade e, o que é pior, não a conhece ou conhece muito pouco.

 

Luiz Soares, ex-vice-prefeito e ex-secretário de Roberto França, costumava brincar com os amigos ao utilizar as obras de Gordo como referência para ensinar endereços em Cuiabá. Para se chegar a um determinado bairro, dizia Soares, siga a obra tal, depois vire na obra tal, e depois que passar três obras seguidas, todas do Roberto, você chegará ao seu destino.

 

Galindo poderia copiar Soares e passar a ensinar endereços em Cuiabá pelas obras não feitas por Wilson Santos, por nunca terem sido iniciadas ou por terem sido interrompidas por problemas nas licitações. Comparado ao de Roberto França, o Governo do Wilson é péssimo ou muito ruim. E isso quem diz é o povo cuiabano, que, na maioria das pesquisas feitas em Cuiabá nos últimos três meses, avalia seu governo com índices superiores a 60% de ruim e péssimo. E olha que são muitas.

 

Eduardo nos fez um grande favor – ao povo cuiabano – de nos tirar a ilusão de que essa administração terá alguma solução. Sai Galinho e entra Galindo e poleiro continuará o mesmo. Ou até piorará, uma vez que apesar da imperícia gerencial, ao menos Wilson ainda possui alguma capacidade política.

 

Para Cuiabá, o melhor desfecho para esse filme triste seria o prefeito Wilson Santos ouvir a ala tucana mais consciente, desistir de brincar de candidato a governador, fazer um grande pacto social e político para resgatar a enorme dívida que tem com o povo cuiabano, tentando fazer nos três anos que lhe faltam de seu segundo governo algo que ainda não fez nos seis primeiros: governar bem Cuiabá.

 

(*) KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Mato Grosso. E-mail: kleberlima@terra.com.br.



Autor

Kleber Lima

KLEBER LIMA é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá

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