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Opinião
Quinta - 31 de Dezembro de 2009 às 05:34
Por: Kleber Lima

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As eleições são contadas – ou deveriam ser – pelos temas que pontificam, e não apenas por seus candidatos. Ao optar por um candidato, o eleitor o faz por suas propostas, e não apenas por seus rostinhos maquiados na televisão. Há, nisso, algo a ser apreendido não apenas pelos candidatos, mas principalmente pelos eleitores: ao declararem que votam na pessoa e não no partido, como revelam as melhores pesquisas sobre o assunto, o eleitor está afirmando que vota na pessoa que melhor representa o seu anseio.

E os anseios mudam de eleição para eleição. Fatores circunstanciais podem definir os anseios. Mas, em geral, são os temas estruturais que mais afligem as pessoas.

Um exemplo de tema circunstancial pode ser um crime bárbaro, que cause forte repercussão e comoção social durante o período eleitoral. O assassinato do empresário Sávio Brandão, dono do jornal Folha do Estado, é um exemplo local. Ele foi assassinado no dia 30 de setembro de 2002, a uma semana das eleições. Com certeza, esse foi um ingrediente a mais para determinar derrota do grupo que estava no poder na época. Neste tipo de caso, segurança pública passa a ser o principal anseio dos eleitores. Se o fato ocorre em tempo suficiente para se formar essa comoção, dificilmente o responsável pela segurança terá êxito eleitoral.

A propósito, segurança, saúde e emprego em geral estão entre os principais anseios dos eleitores. São todos temas estruturais para a realidade brasileira, em especial a mato-grossense.

Outro dia a imprensa divulgou dados de uma pesquisa feita em Cuiabá apontando que o tema “honestidade” dos candidatos fosse determinante na hora da definição do voto. Não creio que este seja um tema preponderante na definição de voto. Provavelmente honestidade era uma das opções que foram estimuladas, na pesquisa quantitativa.

Já nas pesquisas qualitativas, as mais apropriadas para a prospecção dos conceitos de uma eleição, as pessoas até indicam essa característica, mas na hora de escolher mesmo em quem votar irrelevam esse aspecto. É por isso que existe o “rouba mas faz”: se o político for capaz de convencer que ele tem mais condições de resolver os temas realmente relevantes para a população, ser honesto ou desonesto, feio ou bonito, homem ou mulher, branco ou preto, católico ou evangélico, nativo do lugar ou forasteiro, entre outros, são aspectos de influência minoritária na definição do voto.

As eleições do ano que vem para o governo do Estado vão colocar temas em confronto, mais do que pessoas. Não serão apenas Jayme Campos, Mauro Mendes, Silval Barbosa e Wilson Santos (para citar os nomes mais prováveis, por ordem alfabética) que estarão em disputa. Serão os temas, os conceitos, que vão defender para resolver os principais anseios da população mato-grossense.

Mesmo quando os candidatos e seus marketeiros não têm essa convicção, e preferem optar por truques e salamaleques, o eleitor vai racionalizando o debate até definir qual deles tem a melhor proposta para resolver os problemas que realmente os aflige, quem melhor poderá atender seus anseios reais. E quais são os principais anseios dos mato-grossenses? Disso falaremos nos próximos artigos, já em 2010. A propósito, um ano virtuoso, venturoso e vitorioso para todos os meus estimados leitores.

(*) KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Mato Grosso. E-mail: kleberlima@terra.com.br



Autor

Kleber Lima

KLEBER LIMA é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá

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