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Opinião
Terça - 25 de Março de 2014 às 09:34
Por: Alfredo da Mota Menezes

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O PT ficou menor no estado depois da dura disputa entre Serys e Abicalil. Perdeu uma vaga no Senado e outra de deputado federal numa tacada só. Teria agora a chance de se recuperar, mas a briga interna continua.

Tinha, ou ainda tem, uma candidatura ao governo praticamente garantida para o Lúdio Cabral ou para o Julier. O partido, ganhasse ou perdesse a eleição, voltaria ao centro do cenário político estadual. Um grupo ali não quer de jeito nenhum a candidatura do Lúdio. 

E o Julier, que quer ser ungido pelo grupo como candidato, fala até em ir para o PMDB. A esquerda sempre encontra motivos para disputas internas.

Getúlio Vargas, na ditadura do Estado Novo (1937-1945), prendeu muitos comunistas na ilha Grande no litoral do Rio. Conta a lenda que mesmo na prisão o grupo de esquerda se dividiu em facções. Daí a expressão de que a esquerda não se une nem na prisão. 

As disputas internas no PT no estado parecem que confirma isso. O campo para ilação eleitoral está aberto até às convenções. Lá vai mais uma. E se o Julier, ao invés de sair candidato ao governo pelo PMDB, for candidato ao Senado? Se o PT acabasse com o veto à candidatura do Lúdio ao governo, poderia ser formada uma chapa que mataria a tese do novo do Pedro Taques. Essa questão do novo sempre ajuda em eleição em MT. 

O atual grupo, com 12 anos de poder, não pode se arvorar por aí. O lugar do novo, em tese, seria do Taques. Lúdio e Julier juntos poderiam anular essa alternativa. E com um argumento extra ao dizer que Jaime Campos, provável candidato ao Senado na coligação em torno do Taques, não representa o novo. 

Ouve-se muito falar que a classe política tradicional não se sente confortável nem com a candidatura do Taques ou com a do Julier. São, para os padrões do estado, estranhos no ninho. Alguém, com certa galhofa, dizia que seria difícil para os caras que agem de maneiras não republicanas chegarem para um ou para outro na campanha ou no governo e propor aqueles acertos comuns na história política local. 

Que não sabem qual seria a reação de um ou de outro. E como fica, nessa história de candidaturas, o agronegócio do estado? Seus representantes não precisam mais de um abridor de portas em Brasília. Já possuem um escritório de lobby bem azeitado montado ali. Mais útil e competente que deputados federais eleitos. 

Não vão deixar o Taques, Julier ou Lúdio ou quem quer que seja caminharem sem ser rodeados por gentes do agronegócio. O lugar de vice é o caminho mais curto para estarem perto do poder e tentar influenciar qualquer governador. Para o agronegócio o interessante é ter um dos seus nas duas chapas. Ganhe quem ganhar estaria no poder.



Fonte: Mídia News

Autor

Alfredo da Mota Menezes

ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e articulista político

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