Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Domingo - 03 de Julho de 2016 às 05:57
Por: Onofre Ribeiro

    Imprimir


Tenho criticado duramente neste espaço a pouca habilidade da gestão atual do Governo de Mato Grosso em conversar com interlocutores da sociedade e das instituições públicas e privadas.

A greve geral dos servidores públicos veio daí. Assim como outras interlocuções interrompidas. Ao longo da greve o diálogo não foi o ponto forte até um certo momento.

Quando o Governo viu que não avançava nas negociações, delegou a Assembléia Legislativa as conversações e saiu da cena diretamente. Houve avanços, recuos, acertos e desacertos. Mas prevaleceu o bom senso.

Outra experiência que fica é a exigência de melhor diagnóstico das situações potencialmente complexas. No diagnóstico cabem outras opiniões que podem vir da sociedade, das instituições públicas e privadas, além dos poderes

O Governo soube acatar o bom senso. Mais importante: percebeu que a interlocução pode ter várias caras dentro de uma mesma situação.

Por exemplo, ao mesmo tempo em que os deputados conduziam o tema da greve, o governo conversava com setores produtivos em busca de apoio político e de respaldo da economia. Conseguiu. Estabeleceram-se canais até então inexistentes.

A greve se mostrou como uma forte crise. Crises ensinam sempre. Especialmente a se criar canais de cooperação.

Ao mesmo tempo abriram-se canais novos de interlocução do governo com a sociedade. É um enorme e inteligente avanço.

O governo agora fala com o setor produtivo e abriu canal de negociações via Assembléia Legislativa nesta crise e nas eventuais do futuro.

Conceder, às vezes, é mais inteligente do que confrontar. Foi o que aconteceu.

O fortalecimento da Assembléia Legislativa nas interlocuções do governo abre outros canais com os poderes Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público.

Esse leque de cooperação é bom pro governo não ter mais sobressaltos isolados. Também para a democracia, que se constrói nas adversidades.

Outra experiência que fica é a exigência de melhor diagnóstico das situações potencialmente complexas. No diagnóstico cabem outras opiniões que podem vir da sociedade, das instituições públicas e privadas, além dos poderes.

O governo, nem sempre precisa diagnosticar tudo e impor suas posições.

As negociações são complicadas e demoradas, às vezes. Mas são boas conselheiras.

A gestão Pedro Taques enfrentou e passou no primeiro grande atoleiro na jornada de quatro anos.

Com essa experiência adquirida, ficará mais fácil lidar com outros obstáculos futuros.

A sociedade respira aliviada.



Autor

Onofre Ribeiro
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

É jornalista em Cuiabá.

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/1864/visualizar/