De vitória
Mato Grosso acompanha a disputa dos deputados estaduais Zé Domingos (PSD), Sebastião Rezende (PHS) e Guilherme Maluf (PSDB) pela vaga aberta de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) desde a renúncia de Humberto Bosaipo no final de 2014. Não se trata de eleição com participação do eleitor. É uma queda de braço que se decide nos bastidores e sobre esse modelo sempre pesaram acusações de negociatas.
Os três querem trocar a Assembleia Legislativa pela corte de contas, se sentem aptos para tanto e não se cansam de dizer que fizeram tal e qual coisa para Mato Grosso. Quanto aos currículos, observem que o histórico de Sebastião, Zé Domingos e Maluf omite que foram fiéis homologadores das contas anuais de José Riva e dos governantes, dentre os quais Silval Barbosa.
A corrida de políticos ao TCE deixa claro que o Estado Brasileiro precisa se modernizar, sair da contramão da lógica e entrar em sintonia com a realidade nacional. Nosso Estado em sua amplitude é uma grande reserva de mercado, um bolsão de interesses inconfessáveis e um pesado fardo sobre os ombros do contribuinte.
Quando senadora, Serys Slhessarenko defendeu a extinção do Tribunal de Contas da União e dos demais tribunais de contas. Claro que seu projeto enfrentou feroz resistência por parte dos que se beneficiam com as mamatas nas ditas cortes de conta. Tenhamos paciência, pois mesmo com a lentidão do avanço do Estado, mais dia menos dia isso acontecerá e a apuração da condução do erário será exclusiva do Ministério Público e dos legisladores. Quando isso ocorrer, haverá mais recursos para saúde, educação, moradia, segurança etc.
Enquanto o tempo passa, acompanhemos Maluf, Zé Domingos e Sebastião na luta pela cadeira que por algum tempo foi ocupada pelo ex-deputado estadual Humberto Bosaipo, que antes de se aposentar foi afastado do TCE pelo Superior Tribunal de Justiça sob a acusação de improbidade administrativa quando parlamentar.
Além da vaga de Bosaipo, outras duas também devem ser oferecidas a deputados e indicados pelo governador Pedro Taques. Uma, do conselheiro ora afastado judicialmente Sérgio Ricardo, que teria comprado sua vaga ao conselheiro Alencar Soares; Sérgio, a exemplo de Alencar, foi membro da Assembleia Legislativa. A outra será a do presidente do TCE, Antonio Joaquim, também ex-deputado estadual e que é anunciado enquanto virtual candidato ao governo ou ao Senado.
A exemplo dos três que sonham com a vaga, Bosaipo, Sérgio e Antonio Joaquim também aprovaram todas as contas de Riva e Silval, que hoje tanta dor de cabeça dão ao Ministério Público e ao Judiciário para apurarem o tamanho do rombo que causaram. Que sorria o mais votado. Aguardemos para mais tarde a vitória da modernização; sem pressa.
Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
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