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Opinião
Sexta - 20 de Abril de 2012 às 00:27
Por: Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho

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Parece que a injustificada demora do Tribunal Regional Eleitoral em dar a solução final e julgar em definitivo os casos relativos às eleições passadas (2010) vai ser decisiva na “quebra” financeira do nosso Estado. Tudo porque o uso da máquina pública naquela ocasião (eleições) tem como resultado atual a necessidade do pagamento dos favores políticos (com loteamento de cargos, p. ex.) e disso decorre a má gestão, o excesso de gastos e a falta de rumo da gestão, que condena as futuras gerações.

 


Está aí, para quem quiser ver!

 


Porém a lerdeza no trato com os malfeitos desaparece quando a Justiça Eleitoral se debruça nos gastos eleitorais e aprova algumas prestações de contas de campanhas que se valeram dos descarados cheques “guarda chuva”. Tal distinção, tratando iguais de forma desigual (uns merecem aprovação e outros reprovação), se traduz em grave insegurança jurídica e legaliza o “caixa dois”, também conhecido por “recurso não declarado”.

 


Pois bem.

 


A teor das recentes decisões emanadas desde o palácio do governo de Mato Grosso, a culpa pelo fracasso das obras da Copa 2014, a quebra das finanças públicas, o alastramento desenfreado da corrupção, mancheteado nacionalmente  tem somente um culpado.

 


Ledo engano.

 


Teve muito mais gente graúda a banhar-se (desnudas) na caudalosa Cachoeira do Carlinhos!

 


Na gestão dos negócios da Copa 2014 em Cuiabá, e isso quem disse foram os próprios Carlinhos Cachoeira e Demóstenes, flagrados tagarelando em grampo telefônico, o crime fincou pé e não sai de jeito nenhum. Há favorecimento em licitações e contratação de agência de publicidade. Até mesmo uma secretaria estadual foi criada para atender aos interesses daquele ministro do tribunal supremo que tem capangas e fazendas de gado em Mato Grosso.

 


Lá em Brasília, o “dono dos capangas” indicou a filha para o bunker do crime, quer dizer, para o gabinete do Demóstenes, no senado.

 


Em nossas terras, Cachoeira conseguiu da assembleia legislativa, logo após a eleição de 2010, uma “leizinha” sob medida para instalar legalmente a suja jogatina (restaurando o Império Arcanjo entre os tapuias), celebrou contratos com sócios locais e conseguiu por meio da Construtora Delta montar uma extensa e “bem frequentada” folha de pagamento. A CPI do Cachoeira, a se instalar no Congresso, lançará as devidas luzes sobre fatos e pessoas!

 


Os recursos financeiros do escândalo dos maquinários, o desvio da conta única e o meio bilhão roubado por meio das cartas de crédito, tudo isso, é obra coletiva. O “aparecido” não fez sozinho. Não se pode punir apenas um dos malfeitores. É óbvio que há acordos políticos, que dívidas são pagas e quem sofre a sangria é o erário. Danem-se as próximas três gerações de mato-grossenses que já nascerão com uma dívida monstruosa, é o que dizem os autores das malfeitorias.  

 


Resta dizer que o atual boom imobiliário no Vale do Rio Cuiabá revela que outro influente frequentador das reuniões de secretários do governador mantém sociedade com o “empresário” Cachoeira, e por certo ali a empreiteira Delta e alguns financiamentos federais serão identificados a tempo.

 


E tem aquele parlamentar federal que fez “reflorestamento capilar” com o uso de recursos públicos da União e que precisa justificar para o povão a origem de sua fortuna e a sua participação nas estripulias.

 


A aquisição dos veículos “land rovers” pela bagatela de milhão e meio cada unidade, dez vezes o valor unitário previsto na tabela Fipe ou o custo de uma Ferrari zero quilômetro, fazia parte um audacioso projeto envolvendo empresas multinacionais. Mas o resultado da negociata foi uma espécie de “plano infalível” do Cebolinha para derrotar a Mônica, trazendo os exemplos das histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa.  Só que as “crianças” que idealizaram a proeza deram um prejuízo de dois milhões e meio ao Estado de Mato Grosso.

Então por que sancionar somente o Eder?

 

Antonio Cavalcante Filho e Vilson Nery são ativistas do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) em Mato Grosso.



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