Ondas de pressão ambiental Pressões ambientais que Mato Grosso enfrenta hoje não são novas
As pressões ambientais que Mato Grosso enfrenta hoje com os incêndios no Pantanal não são novas.
Em 2005 a organização não-governamental Greepeace, premiou o governador Blairo Maggi de Mato Grosso, com a “motosserra de ouro”, em razão dos desmatamentos no cerrado para a agricultura de grãos. Naquela época havia as aberturas de novas áreas de cerrado para o plantio de soja.
Blairo Maggi além de ficar profundamente constrangido e pressionado, tomou a questão com seriedade. Reforçou os compromissos ambientais do agronegócio estadual e foram assinados muitos protocolos de sustentabilidade a vigorar dali por diante. Mas na época causou um enorme transtorno à agricultura.
Hoje o agronegócio está fora do foco ambiental, exceto pelos questionamentos econômicos, políticos e ideológicos sabidos e conhecidos.
Em 2010 foi a vez da madeira. Duas operações “Jurupari” atingiram 51 municípios das regiões Norte e Noroeste de Mato Grosso, produtoras de madeira. A raiz do problema era o Ibama. Funcionários do órgão vendiam autorizações falsas pra o transporte de madeira, legalizando irregularidades. Durante alguns meses houve prisões, fechamento de madeireiras e de indústrias de madeira em toda a região. Os empreendedores da atividade tiveram que se regularizar e trabalhar dentro da lei.
Pressões ambientais que Mato Grosso enfrenta hoje não são novas
De certo modo, seguindo a cartilha nova do agronegócio. Hoje o setor de base florestal, como se chama agora, trabalha dentro da lei. E saiu do foco de operações e das vigilâncias policiais.
Em 2020 surge o Pantanal no foco. O tema são incêndios que se abateram sobre mais de 1 milhão de hectares pantaneiros nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os cenários são diferentes dos dois primeiros, mas a questão legal acaba guardando algumas semelhanças. O Pantanal queima por uma série de contradições legais, econômica e ideológicas. Erros em cadeia.
Os setores do agronegócio aprenderam a lidar no novo ambiente ambiental. O de base florestal também. O Pantanal seguirá, certamente, a mesma sequência do bom senso público, privado e institucional.
Os dois primeiros se organizaram em instituições fortes como a Aprosoja - Associação dos Produtores de Soja e Milho, e a madeira no CIPEM - Centro das Indústrias Produtoras e Exportadora de Madeira. Os fazendeiros do Pantanal já começaram a agir em conjunto pra defesa coletiva..
O mais, é só uma questão de tempo pra se contornar e solucionar as questões ambientais pantaneiras.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
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