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Opinião
Domingo - 13 de Fevereiro de 2022 às 08:24
Por: João Edisom de Souza

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“Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe”, Leonardo da Vinci

Efeito manada é o nome dado pela psicologia para definir uma conduta característica do ser humano: o de se comportar, mesmo sem saber o porquê, como todo mundo está se comportando em um determinado momento.

Agora em 2022, ano eleitoral, a sensação é que parte significativa dos eleitores pararam de pensar e estão se deixando levar meramente pelas mentiras e retóricas fabricadas em gabinetes para atender o desejo de poder de grupos específicos.

O efeito manada é um conceito da psicologia que explica o comportamento humano coletivo, de uma reação repetida de forma escalonada a partir da ação de uma única pessoa ou de um único grupo. A ação, como sabemos, sempre leva a uma reação que, uma vez replicada, tende a se replicar indefinidamente.

Ninguém sabe o motivo que originou a primeira ação, mas, ainda assim, tenderão a repetir a mesma conversa e o mesmo movimento indefinidamente.

O interessante é que quanto mais sensacionalista for a notícia, mais atrairá pessoas. E quanto mais os indivíduos observam que outros estão indo neste caminho, curtindo, comentando e compartilhando a informação, maior será a tendência de outros irem também, chegando ao ponto de se formar uma multidão com a mesma opinião ou linha de pensamento sem sequer questionar a fonte ou saber se é verdade ou se é certo o que fazem.

Dizemos, então, que o efeito é ativado a partir de um gatilho. No caso aqui, palavras como: comunista, fascista, genocida, kit gay, mito, gado, petralha, esquerdista, bozo, nove dedo, e tantas outras que em um debate o interlocutor escolhe um alvo sem saber o motivo certo e, ao usar um destes termos, ele se sente profundo conhecedor do fato ou do tema tratado.

O efeito manada vem do medo narcisista de não se ver refletido no semelhante.

“Atualmente uma das maiores ferramentas que tem sido utilizadas nas redes sociais de forma capciosa e perigosa é a ativação do Efeito Manada através da elaboração de “Fake News”.

Para isso, pessoas publicam notícias falsas com o intuito de viralizar o conteúdo, agrupando a manada, o público, e assim direcionando a opinião do coletivo, o rebanho, para onde eles querem, independentemente se aquilo fará bem ou mal aos envolvidos”, Adriano Simões.

A frequência do efeito manada nas redes sociais comprova o aumento da irracionalidade nas sociedades atuais. Prova disso é que o ser contaminado pela magia da manada no momento que se vê em uma zona de turbulência, ela automaticamente lança mão de termos ou fatos sem nenhum conhecimento ou fundamento.

Como se sua afirmação avulsa e infundada fosse uma bala de prata para aniquilar o monstro diabólico que atormenta a humanidade.

Segundo Luiz Roberto Bodstein, “o efeito manada é um dos males que mais assolam a humanidade e pelo qual tantas ignomínias são praticadas. Os vultos que mudaram o curso da história surgiram por conta de ideias solitárias transformadas em gigantescas alavancas em vez de bandeiras e é isso que difere um gênio autêntico do mero fabricante de ideias atrás de prestígio e dinheiro, antes de um legado à posteridade”.

Quanto mais se aproximar as eleições de 2022, mais os marketeiros do submundo, onde se fabrica e espalha as fake News, se apropriarão de termos e histórias sem fundamento para manipular as manadas com o intuito de vencer a batalha (eleição). Esta eleição não traz esperança porque o “ser” da manada não olha para fora. Por isso não enxerga os escombros causados por suas atitudes.

Nem o efeito manada nem o radicalismo, mas o convívio deve ser lastreado com equilíbrio, esclarecimento, reflexão e tolerância. Primeiro se informar, depois agir! Como afirmou Issac Asimov, “se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”.

João Edisom de Souza é analista político.



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