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Opinião
Segunda - 28 de Março de 2022 às 07:05
Por: Flávio Henrique Stringueta

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O assunto é polêmico. E ficou ainda mais depois que um vereador de Querência, aparentemente preparado para o uso de armas, já que é Coronel reformado da PM, perdeu o controle e usou indevidamente sua arma de fogo contra um colega em plenário.

Não é de hoje que eu defendo o direito do cidadão de bem possuir uma arma de fogo. Portar é outra coisa. Deve ser muito melhor analisada. Ter uma arma de fogo em sua residência ou seu local de trabalho ou em sua propriedade rural deve ser encarado como uma liberalidade do cidadão. O Estado não pode interferir nesse direito, já que não dá a segurança que todos temos direito e pagamos por ela.

O que o Estado pode fazer, e já faz, é impor regras para o cidadão de bem cumprir para possuir arma de fogo. Não é barato e nem tão fácil cumprir todas as etapas, começando pelo alto custo das próprias armas de fogo.

Dessa forma, não haverá uma enxurrada de aquisição de armas de fogo se houver uma flexibilização dessas regras, como os opositores querem fazer a população acreditar. Nem tão pouco haverá um maior armamento para os criminosos, que, em sua esmagadora maioria, adquirem armas no obscuro mercado ilegal.

Eu sou a favor da intervenção mínima do Estado nas liberdades e direitos da população. Obviamente que não podemos tirar totalmente as regras porque não haveria freios. Também obviamente irão acontecer, vez ou outra, o mau uso da arma de fogo, como o fez o tal vereador. Mas casos isolados não podem servir para inviabilizar os direitos e liberdades da maioria. Seria a mesma coisa de querermos proibir as cesarianas por conta de algumas mulheres que morrem nos partos.

O que faltou ao vereador foi inteligência emocional. Não se vê isso com frequência. Pelo contrário. É tão raro que o caso foi transmitido em rede nacional. Portanto, pegar esse caso para impedir a posse de arma não é apropriado. Mesmo porque a posse não permitiria que o cidadão que tem uma arma vá para a rua com ela.

Pensemos bem, também você que é contra. Não é a arma de fogo a vilã da história. São as pessoas que a usam. Há mais mortes de mulheres em violência doméstica (feminicídio) com facas do que com armas de fogo. E não se fala, e nem deve falar, em proibir a aquisição de facas.

Por que? Porque a faca, assim como as armas de fogo, não foram feitas para matar. No caso das armas de fogo, elas existem para a proteção do cidadão de bem. Nas mãos de pessoas erradas, servirão para o mal, obviamente. Assim como as facas.

Vamos refletir.

Flávio Henrique Stringueta é delegado da Polícia Civil de MT.



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