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Opinião
Terça - 10 de Maio de 2022 às 06:56
Por: Roberto Bareto

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A colonoscopia e a cápsula endoscópica são dois importantes exames para o diagnósticos de doenças inflamatórias intestinais (DII), que são a Doença de Crohn e a Colite Ulcerativa, alvos da campanha de conscientização Maio Roxo

A colonoscopia é um exame que permite ao médico analisar o revestimento interno do intestino grosso e parte do intestino delgado, em uma área que corresponde ao reto, ao cólon e ao íleo terminal.

A aparência endoscópica nem sempre é capaz de diferenciar Doença de Crohn e Colite Ulcerativa, porém fornece algumas características que auxiliam no diagnóstico. Além disso é fundamental para detecção precoce do Câncer Colorretal.

Normalmente o exame é realizado sob sedação para o conforto do paciente, permitindo ao médico a identificação, diagnóstico através de biópsia e, eventualmente, a retirada de lesões intestinais.

Normalmente o exame é realizado sob sedação para o conforto do paciente, permitindo ao médico a identificação, diagnóstico através de biópsia

Já a cápsula endoscópica, desde seu desenvolvimento é considerada o melhor método para avaliar a mucosa do intestino delgado. Como a Doença de Crohn pode acometer exclusivamente o íleo proximal ou o jejuno em 10% dos casos, diante de colonoscopia normal ou pouco alterada e suspeita clínica relevante, a cápsula pode ser usada para pesquisar lesões nessa porção do intestino, como erosões, úlceras e estenoses.

O método também verifica a extensão da Doença de Crohn já diagnosticada, auxilia na escolha do tratamento e faz o controle pós-terapêutico. Embora seja um exame bastante seguro, existe a possibilidade de retenção da cápsula em cerca de 2% dos casos devido a estenoses graves, que geralmente têm indicação de correção cirúrgica.

As doenças inflamatórias intestinais, ou simplesmente DII, apesar de não possuírem uma casa específica, estão frequentemente relacionadas a fatores como o consumo excessivo de comidas industrializadas e com níveis elevados de gordura. Além disso, também estão ligadas a fatores hereditários ou até mesmo a um sistema imunológico mais fraco.

Muitas vezes, as DII costumam compartilhar os mesmos sintomas, tornando necessário um diagnóstico para identificar o quadro de cada paciente. Os sintomas das doenças inflamatórias intestinais incluem cólicas, gases, diarreia acompanhada de pus, muco ou sangue, perda de apetite, fraqueza e febre.

A seguir, iremos falar um pouco sobre cada uma das doenças inflamatórias intestinais.

A Doença de Crohn se trata de uma inflamação que pode ocorrer ao longo de todo tubo digestivo, desde a boca até o ânus. Apesar disso, essa inflamação costuma ocorrer normalmente nas regiões inferiores do intestino delgado e no intestino grosso.

Seu diagnóstico é realizado através da colonoscopia com biópsia e pela cápsula endoscópica. Alguns outros exames também podem ser exigidos para realizar o diagnóstico da Doença de Crohn, tais como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada.

Já a Retocolite Ulcerativa trata-se de uma inflamação no intestino grosso, normalmente acompanhada de quadros de anemia e diarreia crônica com sangue. O diagnóstico também é realizado através da colonoscopia com biópsia.

Quanto mais cedo forem identificadas, maiores são as chances de tratamento para as doenças inflamatórias intestinais. Normalmente, este tratamento é realizado através do uso de medicamentos ou até mesmo de processos cirúrgicos. Em alguns casos, porém, é necessário o uso de estomas.

ROBERTO BARRETO é gastroenterologista e endoscopista e vice-presidente da Sobed/MT.



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