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O policial militar e a ocorrência de trânsito
Vivemos a era da reengenharia. Processos tradicionais perderam a razão de ser e têm de ser adaptados aos novos tempos. Muitas vezes, apenas ajustes resolvem o problema. Antigamente, a Polícia Militar comparecia a todas as ocorrências de trânsito, por menores que fossem. Nos últimos anos passou a atender apenas aquelas que apresentam vítimas. Mas, se observarmos bem, hoje nem isso seria necessário, pois o socorro das vítimas é tarefa das eficientes equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e do SAMU, e o registro e apoio logístico da ocorrência de trânsito cabe ao órgão municipal, no caso de São Paulo, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que sinaliza devidamente a pista e, após a perícia, remove para o pátio ou libera os veículos sinistrados.
A gênese da atividade do policial militar está em atuar preventiva e ostensivamete para evitar o crime. Não lhe cabe e nem há a necessidade de deslocar homens e viaturas, só para a tarefa administrativa de recolher documentos e encaminhar para o distrito da Policia Civil. Isso pode e deveria ser feito diretamente pelos interessados, não pelo Estado. E, no caso do acidente resultar em ilícito culposo, a continuidade da ocorrência também não é dever do PM. Para apurar os supostos crimes existem os peritos e os investigadores.
Enquanto o policial militar, treinado para atividades específicas de policiamento, usa seu tempo como despachante de acidentados – e muitas vezes executa mal esse serviço, pois não foi capacitado para tanto – os criminosos agem nos pontos onde ele, com seus conhecimentos, poderia estar prestando um bom serviço à comunidade. Assim como está retirando a Polícia Civil da tarefa de gerenciar a habilitação de motoristas e o registro de veículos, os governantes estaduais deveriam pensar seriamente em direcionar os policiais militares exclusivamente para as atividades que justificam sua existência, liberando-os dos acessórios.
Desde o seu surgimento, a instituição policial foi sobrecarregada com atividades que hoje, não deveriam ser mais de sua responsabilidade. Isso aconteceu como decorrência da falta de recursos da sociedade e dos governos. Mas o avanço tecnológico criou novas condições e necessidades. O policial não pode mais arcar com atividades estranhas à sua finalidade, por mais úteis e humanitárias que sejam. Por esse motivo, ele já deixou de escoltar detentos, de fazer trabalho burocrático no quartel, de atender a pequenos acidentes, de fazer segurança de eventos esportivos, etc. Nada mais justo do que deixar de ser despachante de trânsito.
A globalização deu-se tanto para o bem quanto para o mal. O policial não pode mais ser usado fora do trabalho policial. Pelo contrário, deve receber o mais completo treinamento, ter os meios e ser empregado única e exclusivamente na tarefa de promover a segurança da população. Deve estar apto, inclusive, a diferenciar o bandido do cidadão e tratar o primeiro com a necessária energia e o ultimo com urbanidade e respeito. As atividades paralelas têm de ser executadas pelos seus reais responsáveis ou, até, pelos próprios interessados. A polícia tem muitas tarefas e não pode delas ser desviada. Questão de segurança e modernidade...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
A gênese da atividade do policial militar está em atuar preventiva e ostensivamete para evitar o crime. Não lhe cabe e nem há a necessidade de deslocar homens e viaturas, só para a tarefa administrativa de recolher documentos e encaminhar para o distrito da Policia Civil. Isso pode e deveria ser feito diretamente pelos interessados, não pelo Estado. E, no caso do acidente resultar em ilícito culposo, a continuidade da ocorrência também não é dever do PM. Para apurar os supostos crimes existem os peritos e os investigadores.
Enquanto o policial militar, treinado para atividades específicas de policiamento, usa seu tempo como despachante de acidentados – e muitas vezes executa mal esse serviço, pois não foi capacitado para tanto – os criminosos agem nos pontos onde ele, com seus conhecimentos, poderia estar prestando um bom serviço à comunidade. Assim como está retirando a Polícia Civil da tarefa de gerenciar a habilitação de motoristas e o registro de veículos, os governantes estaduais deveriam pensar seriamente em direcionar os policiais militares exclusivamente para as atividades que justificam sua existência, liberando-os dos acessórios.
Desde o seu surgimento, a instituição policial foi sobrecarregada com atividades que hoje, não deveriam ser mais de sua responsabilidade. Isso aconteceu como decorrência da falta de recursos da sociedade e dos governos. Mas o avanço tecnológico criou novas condições e necessidades. O policial não pode mais arcar com atividades estranhas à sua finalidade, por mais úteis e humanitárias que sejam. Por esse motivo, ele já deixou de escoltar detentos, de fazer trabalho burocrático no quartel, de atender a pequenos acidentes, de fazer segurança de eventos esportivos, etc. Nada mais justo do que deixar de ser despachante de trânsito.
A globalização deu-se tanto para o bem quanto para o mal. O policial não pode mais ser usado fora do trabalho policial. Pelo contrário, deve receber o mais completo treinamento, ter os meios e ser empregado única e exclusivamente na tarefa de promover a segurança da população. Deve estar apto, inclusive, a diferenciar o bandido do cidadão e tratar o primeiro com a necessária energia e o ultimo com urbanidade e respeito. As atividades paralelas têm de ser executadas pelos seus reais responsáveis ou, até, pelos próprios interessados. A polícia tem muitas tarefas e não pode delas ser desviada. Questão de segurança e modernidade...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/509/visualizar/
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