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Opinião
Domingo - 09 de Abril de 2023 às 04:13
Por: Renato de Paiva Pereira

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Dizem alguns entusiastas da Inteligência Artificial que seu impacto no mundo só não é maior que a invenção da internet. Não tenho conhecimento nem ferramentas para concordar ou discordar dessa afirmação, porém a julgar pelo espaço que ela tem ocupado na mídia mundial é possível supor que sua influência na sociedade será gigantesca.

Mas ela está em uma fase embrionária e por isto apresenta falhas que são aproveitadas pelos mal intencionados para multiplicar desinformações e validar teorias conspiratórias.

A inteligência artificial pode produzir artigos opinativos partindo de comandos que o usuário lhe dá. Todavia como é somente um gerador de textos ela não discerne o certo do errado, como os humanos fazem (pelo menos alguns). Assim não podemos confiar inteiramente em suas respostas.

Isto é muito ruim, mas os desenvolvedores destas plataformas já estão cientes disto através das informações que recebem dos usuários e correm para aprimorar as respostas.


Há anos os gigantes da tecnologia (Google, Microsoft, Amazon e Meta) estão desenvolvendo essa ferramenta. Entretanto somente a partir do final do ano passado a primeira delas foi exposta na Internet, gerando um grande interesse mundial. A partir desta experiência da OpenAI (empresa que desenvolveu o primeiro chatbot), financiada principalmente pela Microsoft, as concorrentes entraram em pânico com medo de perder espaço no mercado.

A resposta foi acelerar suas pesquisas. Como a pressa geralmente compromete a qualidade, as plataformas estão com uma série de imperfeições que podem gerar prejuízos sociais quando usadas com más intenções.

As falhas já detectadas certamente serão corrigidas, mas como qualquer coisa mesmo desenvolvidas para o bem podem ser manipuladas por pessoas inescrupulosas e fazer o mal, a cada melhoria que os programadores incorporarem haverá mercenários buscando outras brechas para disseminar notícias falsas.

A Inteligência Artificial pode gerar textos opinativos, elaborar uma petição judicial, fazer um currículo, escrever um contrato de venda ou locação, criar um trabalho de encerramento de curso entre inúmeras outras coisas, em poucos segundos.

Consegue também fazer uma foto de qualquer pessoa famosa mediante alguns comandos que o usuário lhe der. Faz cálculos sofisticados, programa softwares e Clona com perfeição a voz humana bastando para isso gravar apenas um frase da pessoa que se quer imitar. Com tamanhas habilidades já era esperado que os bandidos se dedicassem a romper suas defesas para espalhar a maldade na internet.

Enquanto essa luta do bem contra a maldade vai se desenrolando resta-nos alguns cuidados que podemos fazer para separar o falso do verdadeiro. Nossa principal ferramenta é buscar nos informar através da imprensa profissional, principalmente nas mídias tradicionais que conquistaram através de muitas décadas o respeito dos leitores.

Por enquanto quem se informa somente pelas mídias sociais está totalmente vulnerável para acreditar em textos mentirosos, fotos falsas, vídeos manipulados e até em teorias conspiratórias muito bem apresentadas.

Minha sugestão é que as pessoas assinem pelo menos um jornal de conhecida credibilidade e o leiam todos os dias, mesmo porque as assinaturas digitais estão muito baratas. É uma excelente vacina contra a crescente onda de desinformação que se alastra internet.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.



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