De paz

Longe de trocadilho, mas o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica desde que citado por seu rótulo – Luz para Todos - tem força para eleger, principalmente em Mato Grosso, onde garante qualidade de vida para 500 mil moradores da zona rural.

Nos últimos oito anos acompanhei a troca das trevas pela energia segura que chegou ao campo e que além de melhorar a condição de vida contribui para minimizar o êxodo rural. Abomino o PT, mas reconheço que o Luz para Todos transformou Mato Grosso e, que seu título de maior programa social do mundo não lhe foi conferido entre quatro paredes por marqueteiros.

Durante anos, em muitos pontos de Mato Grosso vi obras do Luz para Todos e o brilho de esperança no olhar de seus beneficiários. Porém, não consegui enxergar a presença política petista nesse fabuloso programa social, que mesmo em se tratando de ferramenta para aumentar o número de consumidores de energia tirou o Brasil rural das cavernas.

Entendo que governo se faz com obras, programas sociais e política. Em Mato Grosso os petistas não souberam catalisar politicamente o governo de seu presidente. Em descompasso Serys Slhessarenko, Carlos Abicalil, Ságuas Moraes e outros companheiros de proa se dedicaram ao canibalismo partidário numa incessante briga de foices no escuro.

Ao invés de se identificar com a obra de Lula a cúpula partidária inconscientemente optou por haraquiri coletivo. Aponto o dedo ao cortejo fúnebre petista que ruma para a cova e o faço por entender que se houvesse o mínimo de partidarismo e igual dose de maturidade política, o PT teria saido vitorioso nas urnas.

Primeira senadora por Mato Grosso e endeusada pela mídia local, Serys entrou em descompasso político. Referencial em educação o deputado federal Abicalil recebeu rasgados elogios do seu companheiro Lula. Deputado estadual e secretário de Educação, Ságuas cumpriu bem seu papel.

Porém, os três não enxergaram a abrangência social do Luz para Todos nem se deixaram iluminar por sua claridade. Não souberam interpretar a presença da Cide nas obras rodoviárias, a expansão das escolas técnicas federais, o avanço da reforma agrária, o dedo do Partido dos Trabalhadores na habitação e no Fome Zero, os investimentos na UFMT e na segurança da fronteira. Os petistas não tiveram visão um palmo à frente dos olhos.

A cegueira de Serys, Ságuas e Abicalil na luta pelo poder intestinal espalhou trevas sobre o universo da base partidária, que sonhava com o clarão do amanhã. Descansem em paz!

Eduardo Gomes é jornalista
Eduardo@diariodecuiaba.com.br