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Opinião
Sexta - 22 de Fevereiro de 2013 às 09:18
Por: Onofre Ribeiro

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Deu um baita samba a repercussão do samba-enredo cantado pela escola de samba Mangueira, do Rio Janeiro no carnaval recente. As pessoas criticaram os erros da história de Cuiabá contidos no samba. Precisa criticar mesmo, porque é uma vergonha que se erre em coisas tão elementares da vida da cidade que tem nada mais nada menos do que 294 anos. Já deu muuuuuuuuuuuuuito tempo pras nossas esclarecidas autoridades decorarem algumas coisinhas de Cuiabá. Por exemplo, a mais elementar de todas, é que em Cuiabá é tradicionalísssssssssssssimo o “tchá co´bolo”, e não o “café com bolo”.
 
           Mas independente dos erros que serão citados abaixo, gostaria de comentar que a ideia foi muito boa. Afinal, R$ 3,6 mil é muito barato pra ficar uma hora e meia na Rede Globo ao vivo, mostrando uma cidade pouco conhecida na sua intimidade nos preconceituosos Sul e no Sudeste do país. Isso foi correto.
 
           O que os erros demonstraram, foi a pobreza intelectual que habita a Prefeitura de Cuiabá. Seguramente a direção ou os compositores da Mangueira enviaram a letra do samba para ser revisada. Claro que o prefeito não tem que revisar letra de samba. O pessoal da área cultural tem obrigação de conhecer a cultura da sua cidade. Mas acontece que as distorções e a mediocridade política é tão escandalosa, que todos os cargos de chefia são ocupados por indicados políticos dos excelentíssimos senhores vereadores e dos dirigentes de partidos políticos aliados do prefeito. Logo, estão ali não pra conhecer a História da cidade. Seu papel é manipular negócios políticos e negócios financeiros em nomes de excelentíssimos vereadores da situação e dos chefes políticos dos partidos.
 
           Um samba desses cai na mão de uma “otoridade” cultural dessas, e vira salada de jequitibá com noiva assombrada transmitido durante 82 minutos em rede nacional e pela internet pro mundo inteiro. Só isso. E sabem qual o tamanho do remorso pela burrice? Zero!!!!!!!
 
           No mais, a intenção foi boa e ainda assim, não foi de todo ruim, mesmo considerando os equívocos que, afinal, só nós daqui sabemos. Foi uma divulgação majestosa de Cuiabá. O que chocou foi mesmo a mediocridade dos quadros de gente das áreas da educação e da cultura da prefeitura da capital que certamente se limitaram a realizar burocráticas pesquisas no Google e enviaram pra escola de samba Mangueira. Apostaram na burrice e na ignorância da população.
 
           Pra uma próxima divulgação semelhante, fica a singela sugestão de se consultar em qualquer biblioteca pública o livro de Rubens de Mendonça, “Roteiro Histórico e Sentimental da Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá”, de 1954 e reeditado na década de 1970. Tem tudo lá. Basta coragem pra ler o livro, mas posso garantir que é de leitura fácil e bem humorada como, aliás, era o próprio Rubens.            Errar é humano, persistir...”
 
 
 
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso


Autor

Onofre Ribeiro
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

É jornalista em Cuiabá.

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