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Opinião
Quinta - 11 de Julho de 2024 às 00:02
Por: Marcelo Augusto Portocarrero

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Uma das mais importantes lições de vida é a de não julgar ninguém pelo que diz, e sim pelo que faz. Em outras palavras, “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela justiça”. (João 7:24).

Esta é a questão preponderante dos dias atuais devido ao que não está sendo feito por quem deveria fazer e tolhido por quem deveria julgar ao invés de subjugar. Duas situações que vêm abalando sistematicamente os pilares da nossa combalida democracia.

Que fazer, quando há claro desequilíbrio entre os Poderes da União? Que fazer, quando estes deveriam ser harmônicos e independentes entre si, tanto no trato de suas competências, quanto daquelas relativas aos demais entes da Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios)?

Na prática, a necessária interação vem deixando de existir devido ao excessivo ruído existente entre os Três Poderes, com ênfase para a relação conflituosa entre Legislativo e Judiciário e à conivência entre o Executivo e o Judiciário, que ainda conta com o beneplácito do Legislativo, em total desacordo com o que está estabelecido na Constituição e no Pacto Federativo.

Aos que não sabem o que é o Pacto Federativo, esclareço: “Pacto Federativo é um conjunto de dispositivos constitucionais que surge como acordo entre todos os níveis de governo do país – federal, estadual e municipal – para que possam – cada um responsável por sua área – utilizar instrumentos a eles direcionados para gerir o bem comum e o desenvolvimento nacional”.

Não é aceitável, que haja prevalência entre quem legisla, executa e julga, o que, uma vez existindo, causa o surgimento de certa instância superior, A QUE MANDA. Palavras que distinguem o empoderado dos que enfiam o rabo entre as pernas, aqueles que submissos abaixam suas cabeças em inconcebível sujeição.

Se formos levar em consideração quem não faz o que diz; quem a cada hora diz uma coisa e faz outra; quem não diz nada com nada; quem não faz nada que se aproveite; quem tem competência, mas não cumpre seu papel, nada restará senão calar, porque a ninguém que desconcorde é permitido opinar, quanto mais questionar.

Há quem diga que está dando certo, principalmente os disléxicos por indução devido às intervenções, antes disfarçadas, depois explicitas, do pensamento gramscista da geração paulofreiriana, aquela que usou da pedagogia do oprimido para abalar as bases da formação moral, educacional, e cultural brasileira.

Basta avaliar o que aconteceu de lá para cá. Quem viveu o antes, o durante e agora sobrevive no depois, sabe e sente o desastroso resultado obtido.

Hoje, apartados por pronomes, raças e outras considerações progressistas, somos um povo mais dividido que unido em razão da revisão equivocada dos procedimentos erráticos do passado, que passaram a fomentar ações revanchistas e não as harmônicas, em relação ao comportamento humano.

Basta observar que antes, quando nos referíamos há elementos dos dois gêneros, usávamos o masculino plural, caso de professores, alunos, mestres, etc. Agora, seus significados deixaram de existir nas mentes que se dizem progressistas para, ao invés de congregar, dividir e diversificar ainda mais.

De um momento para outro passou a ser comum ouvir as falas públicas iniciarem por professores e professoras, alunos e alunas, e por aí vai. Pior que isso, é pretender inserir no vocabulário palavras que não existem, com a intenção de substituir as que já têm a função de eliminar qualquer segregação.

Tudo isso, em desesperada tentativa de mostrar obediência às políticas que se dizem inclusivas, quando, de fato, distinguem, quando não excluem.

Hoje em dia, nessas ocasiões, não são mais usados substantivos coletivos consagrados, que caracterizam conjuntos da mesma espécie ou natureza, que tanto servem para citar grupo de pessoas, animais e objetos, quanto informações de semelhança e afinidade entre si, tais como: pessoal, gente, turma, grupo, classe, ouvintes, participantes, plateia, e tantas outras formas de união, onde iguais e diferentes formam coletividade, povo, país, nação e constituem, enfim, o que somos, a humanidade.

Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil.



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