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Opinião
Sábado - 29 de Janeiro de 2011 às 08:39
Por: Paulo Zaviasky

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Ninguém se conforma com um fato que desafia o bom senso do povo cuiabano, onde a vontade de poucos condenam uma população inteira ao desespero.

Todas as sextas-feiras à tarde, após asfaltarem a Rua Eulálio Guerra, ao lado do Centro de Lazer do Bairro Araés, onde passei minha infância, edificaram uma “feira livre”.

Bem no centro da rua, no meio do asfalto. Na hora do inferno do rush do trânsito criminoso desta cidade que pretende ser sub-sede da Copa do Mundo de Futebol. Todas as sextas feiras gordas. Explico a “sexta-feira gorda”. É que no Brasil, após o dia primeiro de janeiro, todas as sextas são “gordas de carnaval”.

Primeiro, faço o registro de que sou favorável à feira. Sou contra o local e o desvio de trânsito que implantaram na Avenida Mato Grosso, paralela, juntinha, da Rua Eulálio Guerra, ao lado dessa feira, de todos os ônibus, justamente para essa rua estreita. Ônibus não passa na Av. Mato Grosso, mas desviaram tudo para a estreita rua do Araés que possui até aviões da TAM e da GOL, Boeings 747, passando agora por lá.

Antes deste artigo, estudei muito o assunto e percebi que lugar não falta para a feira que pode ser por ali mesmo, apesar de os “responsáveis” por ela serem oriundos de outros bairros distantes, descompromissados da gente do bairro Araés, mas que ganham o pão nosso de cada dia com o suor honesto de seus rostos.

Imaginem a hora do rush do meio-dia e, principalmente das cinco da tarde até as sete da noite, justamente nestas sextas feiras gordas de nossos sonhos de serpentinas, confetes e final de expediente.

Além disso, o deboche de alguns “donos” do pedaço que, desde a hora do almoço, já deslocam seus caminhões no meio da rua, impedindo o fluxo do trânsito e até xingam moradores que tentam passar, enquanto sem movimento, até suas casas, ali bem ao lado desse inferno de Dante.

A rua se torna propriedade privada de alguns em detrimento do urro do trânsito e do povo que a própria prefeitura estimulou e fez, como sempre, sem planejamento, a pedido de dois correligionários do Pedra 90 que nada tem a ver com o bairro Araés central de Cuiabá.

Impediram e o povo dali aceitou que o próprio símbolo da cuiabania que é o Mixto Esporte Clube não ocupasse as ruas dali do bairro-sede do maior time de nossa história inteirinha e ficasse apenas dentro do Centro de Laser. Mas, liberam uma rua/quadra inteira, de asfalto, para feira livre? Na hora do inferno? Sem opções de um só desvio.

Carros, carrões, povo e ônibus fazem o “desvio” pelo estreito beco ao lado da Igreja N. Sra. De Fátima do bairro que já percebeu que pode desmoronar como o “Portão do Inferno” da “pamonharia posseira”, agora já punida pela quarta vez pela Justiça séria desta terra.

Soluções. Liberem imediatamente a Avenida Mato Grosso para o trânsito de ônibus e tudo com urgência e salvem a igrejinha de nossa história. A de Nossa Senhora de Fátima, do Bairro Araés.

Transfiram a feira com urgência para a quadra coberta de esportes do Centro de Lazer do bairro. Ou para os três outros espaços que existem: as laterais do Centro de Lazer, pátio gigantesco dos fundos da igreja em perigo ou, também ali mesmo, Rua João Carlos Pereira Leite, bem ao lado do atual absurdo dessa feira atual no meio da Rua Eulálio Guerra que é, hoje, o principal escoamento gigantesco do trânsito idem.

Pelo menos, ficaremos livres, também, de certos “donos da feira” neste pleno século vinte e um, diante da expectativa do modernismo da Copa do Pantanal.

Soluções existem urgentes, já citadas acima. Locais existem sobrando. Por que tem que ser no meio do asfalto, nesses dias de sextas gordas de carnaval e nessa hora do rush gigantesco e em pleno centro da cidade?

Negaram doar o centro da rua até ao Mixto de nossas glórias e o time inteiro aceitou e o povo inteiro aceitou também. Só para não atrapalhar o nosso atrapalhado trânsito... Alguma coisa não está batendo nessa coisa toda.


* PAULO ZAVIASKY é jornalista

verpz@terra.com.br



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