Taques quita débito milionário e comissão busca alternativas Governador esteve em reunião com prefeitos e deputados em busca de solução para Saúde de MT
O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que irá quitar a dívida de R$ 162 milhões em repasses com os hospitais regionais de Mato Grosso até a próxima sexta-feira (02). Segundo ele, o valor será realocado da Fonte 100, conta principal do Estado.
O tucano esteve em uma reunião de quase quatro horas, na manhã desta terça-feira (30), no Palácio Paiaguás, com prefeitos e deputados estaduais.
Os gestores se negaram a retirar recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), destinado aos Municípios, para repassar para a Saúde.
Taques afirmou que a Assembleia irá criar uma comissão para discutir de onde deverá vir valores para financiar a Saúde e evitar novos atrasos. Membros de outros Poderes e instituições também devem ser convocados a contribuir.
A curto prazo, o atrasado da Saúde está sendo quitado. São R$ 162 milhões que deverão ser pagos até o dia 2 de junho
“Seis deputados, seis prefeitos e a equipe econômica do Estado vão criar uma comissão para buscar a melhor solução. E vamos chamar os Poderes para que possamos encontrar essa solução”, disse o tucano após a reunião.
“A curto prazo, o atrasado da Saúde está sendo quitado. São R$ 162 milhões que deverão ser pagos até o dia 2 de junho. E precisamos buscar recursos a médio e longo prazo. Nós precisamos de recurso novo. O Brasil está em crise e o governador não tem a chave do dinheiro, não conduz a política monetária da União”, afirmou.
Segundo ele, apenas algumas unidades não devem ser pagas em razão de documentações, que não estariam em dia.
O fundo é dividido em três setores, sendo Commodities (para pavimentação), Diesel (para habitação), e Fethab 2 (para estradas). Entretanto, de um lado, os prefeitos se negam a aceitar a retirada de valores do Diesel, de outro, o agronegócio se recusa a mexer nas Commodities.
Pressão e propostas
Taques classificou como legítimo a argumentação dos prefeitos de que usar recursos do Fethab Diesel para pagar a Saúde seria tirar dinheiro das Prefeituras para pagar débitos com os próprios municípios.
“Qualquer defesa é legitima. Isso vai ser estudado diante de números. Os prefeitos mostraram resistência, o que também é legitimo. Mas esse problema não será resolvido apenas pelo governador. Será resolvido pelo governador, prefeitos, deputados e pelos Poderes”, disse.
O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (PSB), deixou a reunião antes de seu fim. Ele disse ter levado a Taques a proposta de parlamentares da oposição em retirar dinheiro do Gabinete de Comunicação (Gcom) para custear a Saúde.
Taques, entretanto, se recusou a aceitar a proposta. Argumentou que a Pasta já tem orçamento pequeno, de pouco mais de R$ 60 milhões.
“O que vamos fazer é conversar com todos os chefes de Poderes para que possam também ajudar a custear a Saúde”, explicou Botelho.
“O governador pediu para conversar com todos. Ele não quer fazer nada imposto. Ele quer a construção de um diálogo e estamos trabalhando nessa linha. Alguém vai perder, porque alguém vai ter que retirar recurso para atender a Saúde, que é emergencial”, afirmou.
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