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Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Quinta - 13 de Outubro de 2011 às 09:09
Por: Márcio Florestan Berestinas

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A Confraria Na Busca do Conhecimento Verdadeiro, por seu Presidente, Ariovaldo das Neves, interpretando pensamento de seus pares, depois de amadurecidas discussões realizadas em duradouras assembleias, com o propósito de contribuir para democratizar o debate, tanto quando se deu originariamente, formatou um importante diagnóstico sobre relevantes problemas, tornando público o seguinte:

“As "leis de causa e efeito", pragmaticamente perfilhadas pela ciência, encontram certas dificuldades em arrebanhar seguidores, reduzindo-se a um pequeno números de agentes, que executam trabalho penoso, desgastante e sem a exposição da ribalta e da claridade dos refletores... E os resultados nem sempre são avalizados pelo êxito. Já os milagres, que não são abrangidos por essas leis, têm mais facilidades em conquistar adeptos e simpatizantes, não obstante a primeira ser regida por rebentos concretos, palpáveis, e os segundos por meras expectativas. De uma maneira geral, pode- se dizer que os homens têm forte inclinação a adentrar pelas portas do futuro pelas mãos de uma realidade impermeável às leis mencionadas. A questão se resume em poderio dos arsenais... A natureza humana é mesmo engraçada. Difícil compreendê-la. * (1).

 


“Talvez, a razão dessa desvantagem plebiscitária seja exatamente a condenação de certos resultados por elas obtidos, pois, embora sejam decantadas em seus círculos, têm produzido erros notáveis, com dimensões catastróficas. Os horrores arquitetados pela bomba atômica que detonou Hiroshima e Nagasaki, as armas químicas, os superaviões dedicados aos ofícios da guerra não conferem credibilidade a esse diagnóstico? A indústria do ódio e da intolerância locupleta-se dos seus avanços! A capacidade de matar aprimora-se. Os balancetes contábeis da área são dominados pela obesidade. Tranquilamente se poderia dizer que a ciência, em atividade incestuosa, produz rebentos abomináveis, a ponto de nos conduzir a saudosas recordações do “bom selvagem”, de Jean Jacques Rousseau, aquele francês coberto de glórias, que pretendia nos conduzir novamente às cavernas, embriagando-nos de tolice, como solução irremediável para os nossos males. Pelo menos, esse era o julgamento que o seu colega de fermentação revolucionária vivia propalando para quem se dispusesse a ouvir. Estamos falando de Voltaire.

 


“Portanto, esta mensagem lança bases para uma escolha amadurecida e refletida: perfilar-se ao lado das ciências e do seu rebento ‘causa e efeito’, ou ao lado da corrente que abomina os seus resultados, dispensando os favores que têm prestado à humanidade.

 


“O bem ou o mal? Eis a questão. Não há como fugir desse dilema. A menos que nos filiemos à confraria dos neutros, gozando as imensas vantagens oferecidas aos seus associados. Porém, tudo na vida passa pela balança de custos e benefícios, inegavelmente. Essa associação oferece certa segurança, mas desbota a existência e faz a vida desconhecer as vantagens dos temperos. Imaginemos degustar a picanha sem o sal grosso e os efeitos do calor abrasivo! Ou degustar o vatapá sem os condimentos da magia baiana!

 


“Dúvidas balançam as decisões, ainda mais se o pânico estiver presente. Rebanhos não se formam com a sua presença nos ambientes. Ou melhor, até agregam sim, mas para formar manadas em desabalada carreira... A prévia disposição de cada um de nós é para amarrar o futuro a resultados consistentes, que possam melhorar consideravelmente o presente. Desse modo, extraindo as vantagens por conhecer essa realidade, é que declaramos solenemente nossa insubmissão à ciência e às suas leis, mesmo reconhecendo que produziram coisas interessantes para a humanidade. Mas, no frigir dos ovos, passados pela balança do tempo os benefícios e as catástrofes com as quais colaborou, avaliamos que não compensou”.

 


Cessa o espaço gratuito conferido, gentilmente, ao representante da confraria. Generosidade cabe em qualquer lugar, inclusive na literatura. De ora em diante, o autor, interessando-se pelo tema, puxa as rédeas para si, concordando, em gênero, número e grau com o que foi exposto por Ariovaldo das Neves, lídimo representante dessa entidade. Contudo, é preciso dizer: não basta constatar a existência do problema, é necessário ir ao encontro da solução. De nada vale descobrir a doença sem prescrever o remédio adequado.

 


O que é mais seguro nisso tudo é ter em mãos um diagnóstico advindo de uma assembleia, fonte permanente de democracia e de discussão.

 


Intervenção inesperada de Ariovaldo das Neves, interpelando o autor.

 


- Discordo, pois é sabido que democracia e assembleias empreendem viagem, normalmente, com roteiros opostos. Vale dizer, todavia, que o acontecimento que deu origem a este documento é marca registrada da nossa Confraria: inteira liberdade nas discussões. Filho da exceção, e não da regra! Na verdade, as assembleias, por força das suas inclinações naturais, têm a sobrevivência assegurada pelo seguinte: palco para as estrelas brilharem; imposição do pensamento minoritário, pelo exercício da manipulação; fórum apropriado para a ‘empatia’ exercitar o seu glamour e credenciar-se a ‘defender’ o interesse dos participantes, assegurando o direito de representá-la; espaço destinado a triturar os adversários, ainda mais se estiverem ausentes. Certamente se pode dizer: não oferecem hospedagem segura à discussão científica, e, raramente, o seu terreno é adubado pela verdade. Os seus abrigos têm certas dificuldades em receber a argamassa da sinceridade e da generosidade. * (2)

 


Diante disso, o leitor teria todo o direito em dizer:

 


- Esse cara ataca, sem dó nem piedade, um dos pilares da democracia.

 


- Engano! Ingenuidade de alto coturno! (entra em cena novamente Ariovaldo, não se contendo). Como exemplo mais eloqüente dessa falsa percepção, é necessário dizer que Atenas, na Grécia Antiga, viveu, em certo período de sua história, uma democracia direta. Era um conselhão, integrado por quinhentos cidadãos, eleitos por sorteio (nessa composição o figurino era riscado de modo a não permitir que os seus membros pudessem servir à cidade por mais de dois anos). Durou cerca de trinta anos. Nesse período de governança, envenenou Sócrates, deu cabo à vida de um general qualificado, filho de Péricles (de reconhecida liderança), declarou guerra aos seus vizinhos, apenas para exercitar e medir a valentia dos seus guerreiros (alguém já fez prestação de contas, mais ou menos semelhante das façanhas desse regime, em artigo publicado na imprensa brasileira, é bom dizer, para que as coisas fiquem bem claras).

 


E prosseguiu o referido personagem.

 


- É evidente que os astutos beneficiários das assembleias já devem estar de orelha em pé, lidando com tinteiros e canetas na preparação do contraditório, em destemida defesa dessa entidade. Sempre com a contundência pesando-lhes nos ombros. Há que se dizer, entretanto, que a verdade é a luz da consciência. Se esta não lhe penetrar..., não há que se falar na sua existência, porque uma ‘verdade’ que não é conhecida como tal, não pode ser considerada uma ‘verdade’, em vista de a ignorância a transformar num ser morto ou em outro ‘ser’, num produto totalmente desfigurado (as aspas aqui têm a finalidade precípua de destacar a palavra que recebe a sua visita, nota do personagem).

 


Insatisfeito, o mesmo leitor volta a ocupar a cena novamente, identificando-se como Astrogildo das Luzes. Fato que aceitamos como verdadeiro sem construirmos os alicerces da comprovação...

 


- Você está tergiversando (referência a Ariovaldo). Essa assembleia era a expressão máxima do poder em Atenas. Por favor, não confunda alhos com bugalhos! Pelo visto não foi apenas Rousseau que pretendeu reduzir o nosso número de neurônios! Outra questão da qual discordo inteiramente, e cujo diagnóstico tributo a certa ingenuidade: as ciências não estão a serviço de “A” ou de “B”, os homens é que a designam para diferentes missões. São dotadas de realidade interior, mas não de consciência. Esta é atributo dos homens, portanto o bem o e mal são manifestação humana! A questão se resume em apropriação..., devida ou indevida.

 


Discordância parcial de Ariovaldo:

 


- Mas as assembleias em geral, mesmo que não encarnem o poder e a representação política, tem-no como objetivo, seja em que grau for essa estrada finalística. Certamente, pretendem que a sua “verdade” (aqui as aspas provavelmente estão a indicar ironia, orientação agora do autor) predomine. O que pode haver é a diferença de níveis, não de essência. No fundo, no fundo, os locatários mais falantes desses espaços estão comprometidos com a venda do seu peixe, nada mais. Mas como tudo na vida é formado por ativos e passivos, é preciso dizer, também, que existem verdades que são regidas por uma claridade tão ofuscante, que embrenhar-se mata adentro pregando o contrário é programar-se para receber o diploma tisnado com as manchas da zombaria.

 


Intervenção derradeira de Astrogildo:

 


- É difícil vencê-lo. Dou a mão à palmatória. Os seus argumentos cobrem a verdade com o manto da sinceridade. E contra a sinceridade não adianta lutar. Se não prevalecer instantaneamente, mais dia, menos dia, o fará. Não quero alugar tintas aos que têm por ofício enganar para atingir os seus propósitos. Sou homem de boa fé. Esperançoso. E a esperança que não se espelha na verdade não tem o futuro como aliado. Meus cumprimentos, Meu caro Ariovaldo das Neves. Soldado da humanidade! Apenas um reparo derradeiro a fazer. Discordo da afirmação do autor de que a generosidade cabe em qualquer lugar. A generosidade que se empresta ao mal é tão perniciosa quanto o próprio mal. Registro, também, que a dúvida por mim lançada sobre o uso da ciência não foi respondida. O silêncio de Ariovaldo me conduz à crença de que houve concordância com os meus argumentos.

 


Retorna Ariovaldo:

 


- Desvanecem-me os seus elogios. A minha missão não tem nenhum compromisso com o interesse pessoal ou de amigos que possa representar. Apenas quero abrir os olhos das pessoas de boa fé, como você, com a intenção de demonstrar que a Democracia (o maiúsculo não é exigência gramatical, mas sim um exercício de homenagem que presto) é o mais saudável dos regimes. Cabe-nos livrá-la dos entulhos da manipulação, dos interesses camuflados, os quais não são turbinados pelas águas da limpidez, de modo a ensejar oportunidades ao salutar confronto aberto de idéias e posições, permeado pelas regras da civilização. Se cada um de nós projetar uma fagulha de luz sobre a verdade, esta iluminará o mundo e as trevas serão proscritas pelo incômodo do seu assédio.

 


Retornar é preciso. As férias do autor estão esgotadas. O tema ciência e desprezo à fórmula “causa e efeito” está a merecer a devida atenção e reflexão, em razão de não ter esgotado o seu quinhão de possibilidades, entre eles as soluções compatíveis com a descoberta da Confraria. Sobre a elevada discussão filosófica, que encontrou o porto seguro em seu desfecho, deixo por conta dos leitores a formação de juízo.

 


A boa orientação permeia os ambientes. É um trabalho equiparável a regar flores e jardins. O mal de grandes dimensões desequilibra a disputa, tanto da sua concorrência como dos seus contrários. Exigência de energias redobradas e da indispensável solidariedade. Se não houver resistência ele segue a direção do seu leito natural: a ditadura. Não importa que seja a da fórmula “causa e efeito” ou a das assembleias. Duas providências são absolutamente necessárias para combatê-lo em igualdade de condições e com chances de êxito. No devido tempo, terão o provimento exigido. É só o leitor acompanhar o transcorrer desta narrativa e dar crédito a um provérbio nordestino assim formulado, que a ansiedade receberá afago confortador: “O tempo pediu ao tempo que lhe desse o tempo. O tempo respondeu ao tempo: tudo no mundo tem seu tempo”. A sabedoria popular e o seu poder de acomodação, tornando-se cúmplice da esperança.

 


E as esperanças são como flores regadas diariamente por nossos elos existenciais. Já as angústias são depositárias de ressentimentos não cicatrizados. A sua moradia é o fluir do tempo, atuando silenciosamente em nosso espírito. Trabalho corrosivo, que dilacera a nossa alma. Dois seres, duas entidades, com efeitos qualificados, mas opostos. Devemos ter sabedoria para abrigar as primeiras, na dimensão de um querer factível, e descartar as segundas, quando a balança recebe apenas os pecados veniais dos seus agentes. O perdão enfeita a alma. Nada de condescendência com o mal, apenas respeito às "leis de gravidade" (maior gravidade ou menor gravidade), seguindo rigorosamente a orientação de Cervantes, e não a de Isaac Newton, com a precisão da sua universalidade, dialogando com Sancho Pança, em alguma parte do seu grandioso romance (construção gerenciada pela lembrança, e que pode não representar fidelidade absoluta à tradução): ? Mau cristão és tu, que nunca te esqueces da injúria que uma vez te fizeram; pois sabe que não é de peitos nobres e generosos fazer casos de ninharias.

 


Regras e ensinamentos de vigência obrigatória, a menos que se trabalhe pela decretação da liberação geral, e o mal e o bem, assim, navegariam na mesma embarcação de turismo, com as mesmas regalias e direitos. Revogação do Estatuto da desigualdade!

 


Esclarecimento necessário: vamos excluir da retaliação que fazemos às ciências em geral, apenas a engenharia. Imposição do pragmatismo, pois este enredo não pode dispensá-la neste momento, que exige o seu árduo trabalho.

 


O que mais causa estranheza em tudo isso, é que nenhum oráculo tenha receitado uma fórmula tão consistente e plausível quanto a que integrará estes escritos. Nem mesmo o Oráculo de Delfos (coisa da antiguidade grega) foi capaz de recepcionar melhorias tão seguras para a humanidade, no teor da simplicidade, funcionalidade e eficiência, da que está em gestação.

 


A verdade tem de ser dita sem os utensílios das meias palavras. As sociedades humanas têm registrado, no seu caminhar histórico, a sucessão de filosofias, revelando-se todas elas impotentes para conduzir os homens a chão seguro. Alguém já revelou com convicção que todas elas mostram-se inúteis com o passar do tempo.

 


Razão não se pode tirar de quem foi responsável por essa descoberta. Vamos exemplificar, assim deixamos o movediço terreno da teoria para ingressar na prática. Por exemplo, Aristóteles, aluno de Platão, tinha uma concepção do conhecimento totalmente diversa da do seu mestre: reconhecia a importância da experiência e construiu a lógica formal e a dedução. Já Platão enamorou-se das ideias, bem perene da filosofia, segundo sua concepção. Para ele as coisas materiais não tinham consistência, pois sofriam a influência permanente da transformação, do devenir. Mestre e discípulo não se entenderam. O que dizer então quando esses ingredientes não estão presentes?

 


Mais à frente, surgiu Santo Agostinho com sua teoria dos predestinados, causando rachaduras na teoria do livre-arbítrio, pois ambas são absolutamente incompatíveis. E, nessa receita, seria o caso de perguntar, o que poderia levar o homem à salvação: as obras, a fé, ou nenhuma das duas possui muita importância, pois há de prevalecer a teoria do mestre? Está aí um assunto para os teólogos explicarem convincentemente, sem evasivas e digressões. Pau é pau, pedra é pedra, e pronto!

 


Mais adiante, apareceram Francis Bacon e Descartes, que contribuíram para botar ordem na pesquisa científica. Aquele pela inauguração do método indutivo. Este porque cercou tudo de dúvida. Assim, a verdade haveria de vir à tona por infindáveis questionamentos sobre a sua validade. Por esse método, duvidava-se até do que já se apresentava aos sentidos como imutável. Reinado do exagero!

 


Depois apareceu Hegel e botou tudo de perna para o ar com seu idealismo dialético. Não ficou pedra sobre pedra no campo filosófico a partir da sua teoria. Alicerçou os seus estudos complicados numa fórmula simples: tese, antítese e síntese. A verdade afloraria por decantação. A razão governando o mundo. Coisa semelhante ao Iluminismo, a Idade das Luzes. Apenas com um diferencial importante: o primeiro é resultado do romantismo filosófico e o segundo é resultado das ações deliberadas, traçadas pela busca de objetivos.

 


Mais à frente, surgiu Nietzsche. Arquiteto do super-homem. A mira da sua carabina foi a filosofia do Ocidente, bem como os seus valores morais. Esse exagerou na dose. A sua “erudição” estava a serviço das concepções individualistas. Reducionismo que teria ferido de morte as leis de “causa e efeito”, se a Filosofia as adotasse. Explico. Se cada um de nós tornar-se um super-homem, Rei do Universo, a coisa iria desandar... Não haveria jurisdição para tantos governos! Causou tanta confusão, até mesmo a si próprio com as suas teorias, que acabou suicidando-se.

 


Nessa seqüência de destruição de umas pelas outras, apareceu Karl Marx para dar a rasteira na dialética idealista de Hegel. Dela se apropriou, invertendo-a: “a dialética existe no mundo social, encaminhada pelo materialismo histórico, e não no plano das idéias.”. Sentença que não admitia “reformas”. Tudo se faria revolucionariamente.

 


A verdade é que a Filosofia traz um saber pronto, acabado (e o que é pior: sem passar pelo seguro teste da experiência), embalado para ser entregue na casa do freguês, excluída a possibilidade de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, sem direito à devolução e recebimento de nova mercadoria. Machado de Assis já tratou desse tema num dos seus contos. Não estou, portanto, inovando.

 


O leitor não habituado a esses assuntos poderia sentir-se desconfortável e dizer: qual é a desse cara, que, na era da informática, que estimula a construção de textos abreviados, vem derramar tudo isso, inopinadamente, na cabeça da gente?

 


Teria toda razão, porém é preciso dizer que mais importante do que conhecer o conteúdo dessas filosofias é compreender a lógica deste material literário, pois aqui estou tentando provar que, invariavelmente, na história do pensamento, uma filosofia anula a outra e, no final, todas mostram-se imprestáveis com o passar do tempo.

 


Veja se não tenho razão. Em tempos não muito longevos, foi editado nos EUA um livro denominado “O Fim da História e o Último Homem”, de Francis Fukuyama. Com isso, o referido cidadão pretendeu que as instituições do mundo ocidental (democracia, eleições, parlamento, prevalência da liberdade dos mercados - tudo isso azeitado com o julgamento de que o pensamento de Hegel comportava uma última e definitiva fase histórica, como desdobramento do seu processo idealista) se constituiriam no fim da História. Essa teoria, se verdadeira, impossibilitaria este trabalho literário por completo. Porém, na prática a teoria é outra, como esperamos demonstrar aqui.

 


As conjeturas adubam o terreno para se chegar à verdade. Fukuyama expressou o seu ponto de vista alicerçado em bons fundamentos da filosofia ocidental. A discordância é possível, mas não seria sensato negar os seus bons aparatos intelectuais, em vista de ser pensador que não navega na superficialidade das coisas, utilizando-se do seu escafandro para imergir na profundidade dos oceanos.

 


Este texto não é bíblico: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”? Todo esforço deve ser empreendido nesse sentido.

 


As atrocidades, mortes, tirania, falta de solidariedade, fome, miséria, muito imposto e taxas, governos gastadores, tudo isso ocorre pela ausência do conhecimento verdadeiro.

 


Maria Antonieta e Luís XVI, por exemplo, foram guilhotinados por desconhecerem essa solução. É certo que o Rei gastava muito com as suas cavalariças e com as festas da Rainha, uma indomesticável comedora de brioches (os pães da corte). Ambos contribuíram, cada um a seu modo, para elevar os déficits. O Rei pretendeu, por orientação do seu ministro da Fazenda da época, que todos indistintamente pagassem a conta da gastança da Coroa. O Clero e a Nobreza esquivaram-se de qualquer responsabilidade, e como detinham o voto de qualidade que desequilibrava a disputa, negaram-se a fazê-lo. A expiação era obrigação do Terceiro Estado, integrado pelo povão, artesãos e burguesia nascente. Carroças e carroças de abacaxis eram destinadas a esse setor da sociedade francesa, elevando o preço dos combustíveis, tamanha era a necessidade. E do jeito que a coisa andava, a situação exigia a presença de técnicos agrícolas especializados em lidar com essa espécie para produzi-la em quantidade exigida pelo orçamento da época... Clero e Nobreza declaram-se legatários legítimos dos bônus do regime absolutista. As contas não lhes diziam respeito. Esse foi o estopim da Revolução. Pode haver distorção, mas essa é a verdade. A História guiando momentaneamente o nosso trabalho...

 


Nesses tempos, o instrumento criado pelo Dr. Guilhotin foi obrigado a comportar-se naturalmente e de acordo com as novas diretrizes, encaminhando ambos, Rei e Rainha, ao caminho da eternidade. Tudo sem despertar dúvidas. Rei morto: Rei posto. A fidelidade agora era devida aos novos senhores, embora a amargura dominasse a cena de terror.

 


Já na Rússia, o Czar Nicolau II, da Dinastia Romanov abrigou Rasputin e a confusão teve início, fazendo do Palácio hospedaria de luxo. Como confusão pouca é bobagem, o Rei resolveu entrar em Guerra contra os japoneses e, mais tarde, contra os alemães. Quem se põe a guerrear sem avaliar a sua força e a do adversário é artesão do seu desastre. Sun Tzu, teórico da guerra, em A Arte da Guerra, já demonstrou esse tempero à saciedade, nos tempos em que a teoria ainda não recebia os enfeites, afagos e condecorações, tanto quanto recebe nos nossos dias...

 


Embora seja verdade que esse Rei não teria como ser salvo por nenhuma fórmula, nem mesmo pela que esta circundando este trabalho. Guerrra é guerra, e contra ela não há paliativo, mesmo diante do sucesso das tropas, resta saldo negativo de vidas e de dinheiro da sociedade. Os seus adversários viram o terreno ser adubado pelo próprio monarca, não havendo muito o que fazer para conquistar o poder.

 


Agora, já se pode abrir espaço novamente para o leitor trazer as suas angústias e aflições. Afinal de contas, ninguém é de ferro, pois a leitura é ato de rigorosa submissão. Com a abertura, eis que chega a insolente pergunta, que pela preservação dos valores democráticos, vamos registrar. ? Isso é uma narrativa histórica ou ficção literária?

 


História não preparou a travessia de Shakespeare por esse terreno? Não foi assim em “Júlio César”? Não obstante, a ter distorcido em favor das suas percepções...

 


A despeito dessa insinuação, é preciso seguir a marcha... Imposição dos trabalhos da teoria importantíssima a ser construída, agora, porém, livre dos embaraços insolentes, no teor do que foi registrado. Chatos não faltam nos ambientes, nem mesmo nos ambientes literários! Fazer o quê? Produto da diversidade espiritual!

 


Se vivesse sob a vigência do conhecimento verdadeiro, Goethe jamais teria a necessidade de estudar as ciências econômicas, tanto quanto deve ter estudado, para viabilizar a inclusão, com a maestria do seu talento, daquela passagem no Segundo Fausto, em que Mefistófeles resolve ensinar os governantes de um país insatisfeito a promover a felicidade geral com a criação de moeda, depois saindo de fininho no momento em que a depressão sucede a euforia.

 


O FMI poderia ser dispensado do seu trabalho. Passaria apenas a integrar a história econômica do mundo ocidental. Seria uma insensatez criada por quarenta e cinco países em Bretton Woods para azucrinar a vida de empedernidos governantes gastadores, e, depois, certamente, devedores inadimplentes.

 


O povo alemão, provavelmente, se tivesse domínio desse conhecimento, não teria de passar por tantos dissabores e arcar com tantos danos de reparação com o encerramento da Primeira Guerra Mundial. E não passaria pela diretriz de Miguel de Cervantes, em Dom Quixote: “ ... Esta afronta é pena do meu pecado e justo castigo do céu, que a um cavaleiro vencido o comam as raposas, o piquem as vespas e o pisem aos pés os porcos”.

 


E estaríamos livres de Hitler e da sua bandeira de atrocidades, com a sua pretensão de fazer a raça ariana escalar o pico do Everest.

 


Casamentos não seriam desfeitos. Brigas entre marido e mulher diminuiriam de intensidade. Os amantes da cervejinha poderiam tomar todas as que se julgassem no direito, sem conhecer a descapitalização na hora do recebimento do salário. As diferenças econômicas seriam ofuscadas. A vida seria nivelada não pela luta de classes, mas pela vigência do conhecimento verdadeiro.

 


Estaríamos livres dos cartórios de protestos e dos seqüestros judiciais. Impostos e taxas estariam enquadrados na sua lapidar engenharia e seriam coisa da história.

 


Todo mal que o mundo conheceu e experimentou até aqui poderia ser creditado à ignorância em conhecê-lo. Ditadores teriam a sua tarefa dificultada, pois não deteriam mais o monopólio das soluções. Pois, no fundo, no fundo, esse é o objeto da ditadura, associado ao represamento das discordâncias.

 


Roubos e seqüestros seriam coisa da história policial, em vista de ser dispensada a atuação do vil metal nas intermediações. Atendidas as suas provisões alimentares, não seriam mais vistos nos ambientes sociais, realizando a arrecadação de fundos para si mesmos. Esses agentes dobrariam as suas horas de sono e lazer.

 


A verdade nua e crua é que todo o mal que ronda os ambientes se resume nos seguintes inconvenientes: “três pra cá”, “dois pra lá”, “noves fora zero”, e assim sucessivamente. Tudo isso provoca repetidamente uma grande alienação e martírio nas pessoas.

 


Explico melhor. Todos esses problemas seriam resolvidos por uma fórmula de engenharia econômica muito simples.

 


Sentencio sem medo de incorrer em falsa teoria, tanto quanto as que têm mostrado a cara nessa longa viagem dos tempos. A aritmética com a sua parafernália de números é que provoca toda desunião. Verdadeiro carrasco azucrinando a paz e o entendimento das pessoas.

 


Bastaria decretar a sua exclusão, com uma providência paralela e absolutamente necessária: todas as trocas, a partir da vigência deste plano, dar-se-iam mercadoria por mercadoria, pelo chamado “escambo”, segundo o economês.

 


Como desdobramento dessa ideia, poderíamos projetar como funcionaria a nova ordem social e econômica. Imaginem se pagássemos os tributos e as taxas com quilos de feijão, açúcar, farinha, ovos, etc. Desse modo os governantes gastariam o seu tempo fazendo as trocas necessárias às exigências públicas e não teriam tempo para editar tantas medidas provisórias. Abrir-se-ia espaço para o Estado samaritano, agora de modo absolutamente consistente. De posse de tantas mercadorias, a parte social estaria devidamente provida. E o discurso seria pontual: a prestação de contas congregaria o relato dos envios de alimentos aos setores necessitados. Assim estaríamos, também, livres dos escorregões de outra natureza, que o improviso libera.

 


Explico ainda melhor. De modo muito simples. Os empreiteiros de obras públicas receberiam os seus haveres em feijão, arroz, milho verde, pamonha, etc. A diferença é que, em vez de o camarada ter milhões aplicados no sistema financeiro, construiria armazéns para depositar as mercadorias que restassem lastreando o lucro obtido.

 


No mundo privado, os locadores, por exemplo, em vez de receberem em espécie, receberiam em mercadoria. E os devedores inadimplentes sendo visitados pelos seus credores, com o propósito de verem as contas regularizadas, poderiam logo abrandar os efeitos da inadimplência: “Devo e não nego... vou te pagar com meio saco de batatas, dois quilos de cebola e quatro de açúcar.” Se não houvesse entendimento sobre as quantidades, o Poder Judiciário poderia ser acionado para arbitrar.

 


Quem sairia perdendo, enormemente, pelo encaminhamento aqui presente, seriam os agiotas. Transformar-se-iam em classe em extinção pelos notórios elementos que integram a essência desta obra. Esse ofício, pelo rigor dessa fórmula, nem mesmo protegido e acobertado pela clandestinidade, haveria como prosperar na nova ordem. A menos que a “categoria” pretendesse lotar a sua despensa de cebola, batata, açúcar, café, feijão, carne de sol, e por aí afora.

 


Esta sociedade, serenamente, poderia jactar-se do desemprego zero, pois o leitor já deve ter projetado, por conta própria, como esse novo sistema facilitaria a multiplicação do número de cidadãos empregados. Os serviços que desapareceriam no setor bancário, por exemplo, seriam preenchidos por essas atividades em número muito superior aos que deixariam de existir. Quantos caminhões de mercadorias não seriam carregados diariamente?

 


Essa fórmula certamente dispensaria a ajuda de Keynes, orientando os governantes a abrir as torneiras do gasto público... Dessa forma, nos livraríamos, por tabela, desses déficits programados, que tanto desassossego causam ao bolso daqueles que ainda o possuem...

 


O leitor, apreensivo e preocupado com a viabilidade desse sistema, poderia trazer uma dúvida pertinente: a procura por mão-de-obra, em face da magnitude que viria alcançar, não elevaria os custos desse “projeto”?

 


Indagação que estaria a merecer a resposta adequada e verossímil.

 


Não! Os salários pagos não o seriam em espécie, mas sim em mercadorias. Patrões e empregados teriam a devida tranqüilidade... Despensa provida, reivindicações amortecidas. Ninguém vai pretender consumir mais quilos de carne do que o requerido pelo apetite. Ternos e gravatas no guarda-roupas, também contribuiriam para a paz social. Desse modo, tranqüilizo o leitor. Esse sistema congrega as exigências demandadas pela perfeição. Tranquilamente!

 


Todo mal que o mundo conheceu até aqui poderia ser debitado à ignorância.

 


No meio ambiente, por exemplo, não teríamos mais problemas a enfrentar, porque desconheceríamos os números do desmatamento e do grau de poluição. Alguém já não afirmou: “Se és feliz na ignorância seria loucura tornar-se um sábio”.

 


Os budistas poderiam qualificar-se, no médio prazo, a adentrar mais rapidamente no reino do “Nirvana”, livrando-se do ciclo de reencarnações. Tudo facilitado pela nova ordem, liberando os seus adeptos do desejo e da cobiça das coisas mundanas, de modo a ensejar a frequência das meditações e da elevação espiritual. O mesmo destino seria reservado aos hinduístas na obtenção da “mocsa”* (3). Protegidos pelo saber verdadeiro, também estariam os espíritas de Alan Kardec, podendo dedicar o seu tempo integralmente em benefício da caridade e do cultivo dos valores éticos, melhorando, assim, o seu Carma.

 


Nestas plagas, deixamos passar a grande oportunidade de aplicar o “conhecimento verdadeiro” num momento tão propicio e adequado, livrando o fiscal do Sarney de ter comprado tantas brigas como comprou, fechando supermercados por estarem desrespeitando o congelamento de preços, feito um Inspetor Javer às avessas, porque, enquanto este perseguiu Jean Valjean até pelos esgotos de Paris por ter roubado um pão (isso está na obra “Os Miseráveis”, de Vitor Hugo), aquele esgrimava-se com ricos proprietários de supermercados.

 


Esses éditos de congelamento de preços não são tão recentes, como poderíamos pensar. Já na Babilônia, Egito e Roma, de priscas eras, houve a sua adoção. Como resultado os produtos desapareceram das prateleiras e a fome encontrou o seu parceiro ideal. Mas o certo é que nesses exemplos todos estivemos bem próximos de chegar ao paraíso, porém não houve a devida sensibilidade na adoção de medidas paralelas absolutamente necessárias.

 


Quais? A primeira medida seria recalibrar os preços relativos. Alguns teriam sido congelados a preço inferior ao custo. Outros no pico. Feito o diagnóstico se estabeleceria uma margem única de lucro. Ninguém sairia perdendo. Em seguida, a exclusão da artmética e dos seus penduricalhos, os números, com a exigência de que as trocas seriam de mercadoria por mercadoria, com a devida e certa adequação do Código Penal, de modo a não deixar margens e brechas para que a nova ordem fosse alterada por ações de espertalhões dados a tirar vantagem em tudo e a burlar o espírito da lei para obter benefícios superiores aos concedidos por essa engenharia econômica maravilhosa.

 


Apenas alguns cuidados suplementares a serem observados pelas autoridades como exigência na nossa Constituição: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. De tal sorte, a condenar à prisão todo e qualquer cidadão que se utilizasse dos números e cálculos para qualquer fim, a menos que fossem utilizados para a efetivação das trocas...

 


Tudo com vigência imediata. Dispensada a exigência de regulamentação!

 


Assim, preparado o caminho para a felicidade plena, poderíamos tranquilamente dizer: governo é para isso mesmo. É para salvar o seu povo. Moisés não criou as condições para que os seus compatriotas fossem conduzidos à Terra Prometida? Não lhes forneceu a tábua ordenadora da sua vida?

 


Quantos amores não teriam deixado de se desfazer? Quantos casamentos não se teriam consolidado no fluir do tempo? Porque, nas mais das vezes, a separação foi consequência da tortura dos números...

 


Com a implantação dessas regras básicas do Conhecimento Verdadeiro, o nosso tempo poderia ser reordenado por nova agenda. O turismo e o direito adquirido formariam um par buliçoso e inseparável. Os gastos seriam viabilizados por débitos e créditos entre os estados federativos, na dimensão desse tratado. Mato Grosso, por exemplo, certamente abriria as comportas da sua hospitalidade para receber a todos. A variedade do seu bioma, incluindo a Floresta Amazônica, o Cerrado, o Pantanal e suas savanas, jacarés, Tuiuiús, e confirmando de modo seguro que a beleza ergueu moradia permanente em seu território. Certidão a ser fornecida tranquilamente pela Chapada dos Guimarães, pelo Pantanal, pelos Rios Teles Pires, Juruena, Araguaia e Cuiabá. Nesse desfile estaria presente o Parque Estadual do Cristalino, com grande diversidade de fauna e flora, descortinado por Sinop e assediado por Alta Floresta, cidades portais da Floresta Amazônica. Exemplos de um povo que se acerta por si mesmo. E, ainda, de quebra, o turista, ao chegar a essas regiões, deixaria em seu rastro as cidades de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso, atestando a generosa contribuição de gaúchos, paranaenses e catarinenses ao Estado, em virtuosa composição étnica, que deu pujança imensurável à região. O retorno deveria assegurar-se de alguns dias em Cuiabá para experimentar o seu calor abrasivo, tanto do seu povo como das suas entranhas climáticas, conhecendo as histórias dos garimpos de sua fundação. Miguel Sutil * (4), sensibilizado, agradeceria a lembrança! O banquete seria farto, presentes a mujica de pintado, o caldo de piranha, o pirão (mistura de farinha de mandioca com água em que foram cozidos peixes), a piraputanga na brasa, maria isabel (misturado de arroz com carne-seca), o dourado na folha de bananeira, pacu assado, o arroz com pacu seco, a moqueca cuiabana, a ventrecha de pacu, a caldeirada de bagre e a farofa de banana, e, ainda, conhecer o cururu, o siriri, a dança de São Gonçalo, o rasqueado cuiabano, esticando o passeio até Barão de Melgaço para presenciar a dança dos lenços...

 


Fernando Correa da Costa se animaria em dizer: valeu a pena! * (5)

 


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Notas de rodapé.

 


· (1) As aspas indicam que o personagem fala neste parágrafo e nos subsequentes, reabrindo-se as aspas em cada novo parágrafo:

 


· (2) O travessão indica que o personagem fala em toda extensão do parágrafo.

 


· (3) Mocsa. O equivalente ao Nirvana do Budismo. Estado de elevação de espiritural, que faz cessar o ciclo de reencarnações.

 


(4) Miguel Sutil -Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Miguel Sutil de Oliveira foi um bandeirante paulista, sorocabano, do século XVIII, filho de Sebastião Sutil de Oliveira e Maria Fernandes. Descobriu, em 1722, as minas de ouro à beira do córrego da Prainha, próximo de onde hoje está a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, estabelecendo ali uma pequena lavra a qual logo cresce devido o grande deslocamento populacional tanto da Forquilha quanto de outras regiões. Várias monções passam a abastecer a região. O trabalho era executado basicamente por escravos e homens livres. A partir das margens do rio Cuiabá, começou a explorar a região onde a cidade de Cuiabá começou. Silva Leme descreve sua família no volume 1, página 59 em diante da sua «Genealogia Paulistana». Essas minas de ouro foram inicialmente conhecidas como "lavras do Sutil" e, poster iormente por minas do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, descobertas por acaso pelos índios do arraial de Miguel Sutil. As Minas de Cuiabá atraíram aventureiros de várias regiões, obviamente a maioria destes da capitania de São Vicente. Eram principalmente mineradores, tropeiros e monçoeiros, todos em busca do enriquecimento rápido. As Lavras do Sutil, atualmente é o Bairro Baú, no centro de Cuiabá.

 


* (5) - Fernando Correia da Costa, ( Nasceu em Cuiabá, em 29/8/1903. Faleceu em Campo Grande, em 2/12/1987. Médico e político mato-grossense, tendo ocupado o cargo de senador e de governador de Mato Grosso por dois mandatos. Antes foi prefeito de Campo Grande.



Márcio Florestan Berestinas – Promotor de Justiça das Comarcas de Alto Araguaia e Alta Garças.




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