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Opinião
Quarta - 27 de Abril de 2022 às 09:54
Por: Gabriel Novis Neves

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Bem antigamente, tínhamos inúmeros casos de “frieira nos pés”. Seu tratamento era feito com óleos de plantas. Hoje, sabemos que é uma infecção por fungos. O tratamento é feito com antifungicidas.

Na Cuiabá antiga, muitos sofriam de “rachaduras nos pés”. Hoje, sabemos que a diabete é a maior causa e tratamos da diabete.

Bem antigamente, usava-se óleo de rícino para tratar infecção intestinal. Hoje, usa-se óleo de rícino para nutrir os cabelos.

Na Cuiabá antiga, todo mundo vestia-se de terno e chapéu. Até funcionários e os carroceiros. Hoje, nem o governador usa para despachar.

Bem antigamente, usava-se óleo de rícino para tratar infecção intestinal. Hoje, usa-se óleo de rícino para nutrir os cabelos

Bem antigamente, Cuiabá não possuía Universidade Federal. Hoje possui, e seu dirigente máximo é apelidado de Magnífico. Usa trajes nobres. Nas solenidades é chamado de Magnífico Reitor, para “vergonha” do seu fundador.

Na Cuiabá antiga, tínhamos fazendeiros de vacas, de porcos, criadores de galinhas, plantadores de milho, de arroz e feijão. Hoje, temos Rei do Gado, Rei dos Suínos, Rei dos Galináceos, Rei do Milho, Rei da Soja, Rei do Algodão e outros.

Bem antigamente, explorava-se muito o comércio ilegal de madeiras. Hoje, ninguém quer ser chamado de Rei da Madeira.

Na Cuiabá antiga, madeira era utilizada para construir casa de pobres.

Bem antigamente, o Brasil era um país monárquico dirigido por Dom Pedro II e Barões. Hoje temos “Reis” a escolher. No futebol, Pelé, na música Roberto Carlos, são os mais antigos.

Bem antigamente, os dois primeiros Presidentes da República, Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, serviram quando tenentes no exército em Cuiabá. Hoje, Presidentes da República nem visitam Cuiabá.

Na Cuiabá antiga, o crime de honra era “lavado” por sangue do infrator. Hoje, é resolvido pelo PIX.

Bem antigamente, as cuidadoras das crianças só contavam histórias de terror para as crianças dormirem. Hoje, as crianças dormem assistindo filmes pelo iPad.

Na Cuiabá antiga, as crianças tinham pavor do “pé de garrafas”, “mulas sem cabeça” e “lobisomem”. Hoje, nunca ouviram falar disso e, têm medo mesmo é de gente.

Bem antigamente, “pé de moleque” era um doce feito de rapadura de cana de açúcar com amendoim. Hoje, é pé de um guri.

Na Cuiabá antiga, no “domingo batia no sino”. Todos sabiam que era chamado para missa. Hoje, não se ouve mais “batida no sino” e, sim “batida de violão”.

Bem antigamente, domingo era dia de “fazer visitas” ou “passar as tardes na casa de uma amiga”. Hoje, domingo é dia de ficar em casa.

Na Cuiabá antiga, se ouvia muito o ditado popular que diz: “boa companhia faz quem em sua casa fica em paz”.

Bem antigamente, o domingo era o dia que a família se reunia para o almoço da macarronada com galinha. Hoje, com a pandemia, cada qual fica “em seu canto”.

Na Cuiabá antiga, as crianças “brigavam” pela “moela” e “esterno” das galinhas para fazer o jogo da sorte. Quem ficasse com a parte maior da galinha, tinha ganhado o jogo. Hoje, compramos galinha assada sem moelas. Ninguém conhece o jogo do esterno.

Bem antigamente, as sobremesas tinham datas especiais. As “ambrosias” só no Natal e dia de aniversário. Hoje, as sobremesas são compradas nas casas de doces, que desconhecem nossas tradições.

Na Cuiabá antiga, as crianças iam às missas pelas manhãs. Depois frequentavam o “catecismo” preparando para a 1ª comunhão. Hoje, fazem nas paróquias “cursinhos” preparatórios para a 1ª comunhão.

Bem antigamente, os meninos jogavam futebol após o catecismo. Hoje, voltam para as suas casas.

Na Cuiabá antiga, os meninos “jogavam futebol de botão” na casa dos seus amigos. Hoje, moram em apartamentos onde não há espaço. Distraem-se baixando aplicativos no celular para jogar.

Bem antigamente, antes de ser alfabetizado, eu jogava xadrez na casa do meu avô. Hoje, tenho a mesa própria para o jogo e peças. Não encontro parceiros para jogar. Isso antes da pandemia.

Na Cuiabá antiga, não existiam vacinas nem antibióticos. Quando surgiram as vacinas os vacinados estavam protegidos. Hoje, tomamos até três doses da vacina do Covid, e continuamos desprotegidos desse vírus.

Gabriel Novis Neves é médico.



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