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Opinião
Domingo - 30 de Junho de 2024 às 00:06
Por: João Paulo de Carvalho

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A capoeira, arte marcial e expressão cultural brasileira, transformou-se em uma poderosa ferramenta de empreendedorismo, promovendo a inclusão social, a valorização da cultura e a geração de renda.


Vale lembrar aqui que antes de Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, baiano criador da capoeira regional em 1920, a capoeira era ilegal e discriminada como “coisa de malandro” e de escravo “fujão”.

Na década de 1930, Getúlio Vargas, em busca de apoio popular, passou a permitir a prática, apenas em ambientes fechados e com alvará da polícia. De lá para cá a capoeira foi se transformando e sendo reconhecida como instrumento de transformação social.

E hoje a capoeira vive uma nova era. Impulsionada pelo mundo digital, a modalidade chega aos países mais distantes do Brasil, de onde é originária, e, graças a visionários capoeiristas, pessoal que tem a capoeira como filosofia de vida, entra para o empreendedorismo, imprimindo identidade cada vez mais profissional. Tanto na realização de eventos grandiosos e extremamente bem organizados, como na sua disseminação pelas redes sociais a partir de uma comunicação personalizada e de excelência.

Essa nova fase, sem dúvida, tem triplicado o potencial social da capoeira, atraído milhares de novos adeptos, incluindo cada vez mais crianças em situação de vulnerabilidade, não só pelo voluntariado, mas também graças a sua capacidade de organização, de estabelecer fortes parcerias, de levar consigo grandes marcas, de proporcionar aos mestres e demais categorias a possibilidade de profissionalização por meio de cursos e, naturalmente, de renda. E quem ganha com isso é a sociedade como um todo.

Quanto mais a capoeira se fortalece, assim como outras modalidades esportivas e culturais, menos contato nossas crianças têm com os atrativos da rua que possam desviá-la do caminho por um futuro digno.

Mas como a capoeira tem se tornado cada vez mais alvo do empreendedorismo?


Abrir uma academia ou escola de capoeira pode ser uma forma lucrativa de empreender. Isso não só gera empregos para instrutores e pessoal administrativo, mas também oferece uma oportunidade para preservar e disseminar a cultura da capoeira.


Organizar eventos, festivais e workshops de capoeira pode atrair turistas e praticantes de diferentes regiões. Esses eventos podem incluir competições, apresentações, e aulas, gerando renda através de inscrições, venda de ingressos, e patrocínios.

A capoeira pode ser integrada em pacotes de turismo cultural, oferecendo aos turistas uma experiência autêntica e interativa. Guias turísticos, aulas introdutórias e demonstrações podem ser parte do itinerário, atraindo visitantes interessados em conhecer a cultura brasileira.

A venda de roupas, instrumentos (como berimbaus e pandeiros), e acessórios relacionados à capoeira pode ser uma fonte significativa de renda. Lojas físicas ou online podem atender tanto a praticantes quanto a entusiastas.

Com a crescente digitalização, oferecer aulas de capoeira online pode expandir o alcance para além das fronteiras locais. Plataformas de ensino, vídeos tutoriais, e programas de treino personalizados são algumas das possibilidades.


Empreender através de projetos sociais que utilizam a capoeira como ferramenta de inclusão pode atrair financiamentos e parcerias com ONGs, empresas e governos. Esses projetos podem ajudar na formação de jovens e na redução da violência e da criminalidade.

Network ao formar parcerias com outras empresas e organizações pode expandir as oportunidades de negócio. Por exemplo, parcerias com academias de ginástica, escolas e centros culturais podem aumentar a visibilidade e o impacto da capoeira.

Profissionais experientes em capoeira podem oferecer serviços de consultoria para academias, eventos e projetos culturais. Palestras sobre a história, filosofia e benefícios da capoeira também podem ser uma forma de empreender.

Existem vários exemplos de capoeiristas que transformaram sua paixão em um negócio de sucesso, contribuindo para a economia e a disseminação da cultura brasileira globalmente. Alguns abriram academias renomadas, enquanto outros se destacam na cobertura de eventos regionais, nacionais e internacionais e na produção de conteúdo digital, oferecendo marketing digital, assessoria de comunicação entre outros.

A intersecção entre capoeira e empreendedorismo não só beneficia os indivíduos envolvidos, mas também fortalece a presença cultural da capoeira no cenário global, promovendo o reconhecimento e a valorização dessa rica tradição brasileira.

João Paulo de Carvalho, graduado “Tucumã”, fundador da @redeafrobrasil




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