Pegos de Surpresa
Botelho nega desgaste e diz que não existe “mensalinho” na AL Presidente da Assembleia afirma que deputados devem deixar que MPE trate do assunto
O presidente da Assembleia Legislativa (AL-MT), deputado Eduardo Botelho (PSB), afirmou que as declarações do ex-deputado José Riva, dando conta da existência de um suposto esquema de pagamento de “mensalinho” a parlamentares em legislaturas passadas, não causou nenhum tipo de desgaste à atual.
Durante reinterrogatório da ação penal derivada da Operação Imperador, Riva afirmou que 34 parlamentares recebiam valores em troca de apoio aos governos de Dante de Oliveira, Blairo Maggi e Silval Barbosa.
Entre os citados, oito ainda têm mandato: Mauro Savi (PSD), Pedro Satélite (PSD), Zé Domingos (PSD), Guilherme Maluf (PSDB), Gilmar Fabris (PSD), Wagner Ramos (PSD), Adalto de Freitas (SD) e Sebastião Rezende (PSC).
Desde que entrei na Assembleia, em 2015, não existe ‘mensalinho’ lá dentro. Nunca nem ouvi falar de ‘mensalinho
“Acho que para a nossa legislatura não há nenhum desgaste. Desde que entrei na Assembleia, em 2015, não existe ‘mensalinho’ lá dentro. Nunca nem ouvi falar de ‘mensalinho’”, afirmou Botelho, na tarde desta quarta-feira (5).
Ainda de acordo com o atual presidente, as declarações do ex-deputado pegaram os parlamentares de “surpresa”.
Botelho diz que prefere, inclusive, não ficar remoendo o assunto. Em sua avaliação, o caso precisa ser investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE).
“Recebemos essa notícia com surpresa e nós precisamos discutir o Estado. Chamei os deputados, disse a eles que precisamos pensar daqui para frente, deixar essas questões com o MPE. Vamos concentrar no que precisamos resolver”, disse.
“Agora, o que vai acontecer? Vamos aguardar”, completou o presidente.
Questionando sobre a possibilidade de as declarações de Riva serem um “blefe”, Botelho preferiu não polemizar: “Não acho nada. Por enquanto não achei nada, nenhum alfinete, nada, nada”.
Indicações ao TCE
O presidente também preferiu não afirmar se as denúncias de Riva podem implicar em mudanças na discussão envolvendo a indicação por parte da Assembleia Legislativa de um membro para ocupar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Todos os pré-candidatos à vaga - Guilherme Maluf, José Domingos Fraga e Sebastião Rezende (PSC) – foram citados por Riva.
A decisão em esperar para discutir o assunto, segundo Botelho, nada tem a ver com a citação dos nomes.
“A questão do TCE é a seguinte: ainda não temos a vaga. Não sabemos se vai sair esse ano, ano que vem, se vai lá pra outra legislatura. Está no Supremo, estamos aguardando a decisão do Supremo. Tem um ano e pouco, o Supremo não julgou. Fui pessoalmente falar com ministro Edson Fachin sobre isso, ele me disse que tem mais de 2 mil processos na frente desse. Isso foi ano passado. Nao sei até quando eles vão votar”, disse.
“Então, não vou discutir um assunto que não tem previsão. Vamos aguardar ter a vaga. Aí vamos discutir e ver quem preenche os requisitos para ir pro Tribunal”, concluiu Botelho.
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