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Agronegócios

Os preços de grãos, que já estão nos patamares mais altos em dois anos, tendem a subir mais no próximo ano até se normalizarem em 2012, disse o presidente da Bunge ao "Financial Times".

A redução dos custos de produção e o aumento da demanda têm incentivado a utilização de sementes transgênicas por produtores de soja, milho e algodão - as únicas três commodities do país em que a modificação genética pode ser utilizada - em quase todos os estados. De acordo com dados do setor, o crescimento da adesão à tecnologia tem crescido em ritmo acelerado desde que o plantio foi autorizado no país. 

O escoamento da safra 2010/2011 deve custar até 15% mais caro para os produtores e esmagadores de grãos de Mato Grosso a partir de janeiro. O aumento é comum no período em que a colheita e o embarque dos produtos são intensificados. No ano que vem não só os custos de viagem vão ser levados em conta. Um outro fator também contribui para este aumento: a falta de mão-de-obra para esse tipo de transportes.

Se antes eram apenas sintomas, agora são casos praticamente confirmados da anomalia que vem causando pânico entre os produtores de Mato Grosso: a soja louca II. Ontem, o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), Luiz Nery Ribas, confirmou ao Diário que todos os sintomas apontam a existência da doença em lavouras mato-grossenses, localizadas nos municípios de Sorriso (maior produtor de soja do mundo), Cláudia e Vera. “A soja louca II está se confirmando em nosso Estado”, afirmou Nery, lembrando que o estudo das amostras, realizado pela Embrapa-Soja de Goiânia, está em sua fase final e “as análises estão quase 100% concluídas”.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safrinha do milho no Estado se encerra sob um enigma: “a incerteza entre o papel de estrela e vilã na produção de milho brasileiro é cada ano mais difícil de decifrar em Mato Grosso. O ano 2010 se encerra marcado pelo plantio de uma área recorde, o que resultou também em uma produção de enlouquecer produtores e órgãos federais”.

O mercado interno matogrossense apresentou oscilações significativas no preço da soja durante o ano. Os preços menos atrativos para os produtores foram registradas durante os trabalhos de colheita. Já os preços mais significativos começaram a vigorar a partir do segundo semestre. Os valores encontrados neste período chegaram a 44% maior que no início do ano.

O plantio de algodão iniciou neste mês de dezembro em Mato Grosso, sob um clima de grande otimismo. Os preços recordes da pluma devem estimular os produtores a aumentar em cerca de 65% a área plantada com a cultura nesta safra que começou no Estado, em relação à safra anterior. Com isso, a área plantada com algodão deve chegar a cerca de 700 mil hectares. Uma das preocupações, no entanto, é a má distribuição e irregularidade das chuvas no sul de Mato Grosso, com condições ruins para o plantio.

Seis produtos de Lucas do Rio Verde compõem a lista de comercializados em outros países. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a soja, em suas diversas variações, foi o mais vendido, em novembro. Apenas com os grãos os negócios renderam ao município US$ 119,4 milhões. Bagaço e resíduos geraram US$ 92 milhões. Já o óleo, que ocupa o terceiro lugar, R$ 17, 1 milhões.

Os agricultores de Mato Grosso estão em campo semeando o algodão. A área plantada deve aumentar nesta safra e o tempo tem ajudado o trabalho.